“Sabemos da variedade das colônias existentes em Nova Friburgo e é certo que cada grupo étnico gostaria de poder dedicar um monumento a um santo ou santa de seu país. Mas Santa Francisca Cabrini, embora italiana, representa a fé de todos os imigrantes”, explica Giuseppe, que retornou recentemente de uma viagem à Itália, trazendo de lá muitas novidades. “Estive em sua cidade natal, Sant’Angelo Lodigiano, onde consegui o apoio das autoridades locais para a construção do monumento”, afirma.
De acordo com o presidente da Aibac, o monumento consistirá de um pequeno jardim, com bancos para adoração, um deque e uma caixa de vidro triangular, para que a imagem de Santa Francisca Cabrini seja vista por todos os lados. O projeto é assinado pelo arquiteto Rogério Kato. Já a imagem será feita em tamanho natural, a partir de uma técnica milenar chinesa que utiliza palha e argila, formando um material leve e resistente ao tempo, esculpida pelas mãos do artista plástico Felga de Moraes. “Esta será a única obra de arte em homenagem a Santa Cabrini em toda a América feita deste material pouco conhecido artisticamente. O interessante é que, na minha ida à Itália, ganhei do prefeito de Sant’Angelo pedaços da argila de lá, que será misturada ao barro daqui, para representar, assim, a simbiose entre as duas cidades”, acrescenta Giuseppe Arno, afirmando que em seu encontro as autoridades e religiosos italianos expressaram sua vontade de vir a Nova Friburgo prestigiar e participar da solenidade de inauguração.
O presidente da Aibac também ressalta a importância desta iniciativa para o município, já muito visitado por turistas por suas belezas naturais. Para ele, o monumento será também uma atração turística, mas com perfil religioso, místico, atraindo fiéis e devotos de várias partes do Brasil e do mundo, o que, por outro lado, beneficiaria a economia de Nova Friburgo. “Queremos que a cidade seja reconhecida
Giuseppe Arno lembra também que Francisca Cabrini é considerada a primeira santa dos Estados Unidos, já que ela obteve a cidadania
Construindo o monumento
O projeto de construção do monumento a Santa Francisca Cabrini, segundo Giuseppe Arno, já tem aprovação prévia da prefeita Saudade Braga, inclusive quanto à localização. Falta agora, para que ele saia do papel, apenas a aprovação final. Tão logo isso se confirme, a Aibac dará início à captação de recursos através de parcerias com a iniciativa privada.
“Depois que tiver início, a previsão é de que todo o trabalho esteja concluído em três meses. A inauguração, até o fim de 2007, será marcada por um grande evento”, adiantou o presidente da Aibac, acrescentando que a idéia já tem o apoio do Lions Clube local – instituição que, na Itália, muito contribuiu para a preservação da história e memória de Santa Francisca Cabrini. “Em Sant’Angelo há uma igreja dedicada a ela e sua casa foi transformada em museu com o apoio desta instituição”, explica, acrescentando que tal organização internacional, que tem o objetivo de servir e ajudar ao próximo, nasceu, por feliz coincidência, no ano da morte da santa, que deixou
Santa Francisca Cabrini
Entre 1857 e 1914, de 14 a 18 milhões de italianos deixaram o país para fugir da miséria em busca de uma vida mais digna em outros países. Muitos encontraram dignidade, mas milhares deles não. Entre as muitas vozes que se elevaram e passaram a agir em favor daqueles que viviam no abandono destaca-se a religiosa Francisca Xavier Cabrini.
Nascida em 15 de julho de 1850, Francisca Cabrini sempre quis ser freira, mas encontrou dificuldades para entrar na vida religiosa em função de sua constituição frágil e saúde precária. Foi então que fundou sua própria ordem: em 1880 surgia o Instituto das Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, sob a proteção de São Francisco Xavier, cujo nome acrescentou ao seu.
Seu desejo era seguir para a
Ao morrer, em 22 de dezembro de 1917 (data de sua festa litúrgica), em Chicago, aos 67 anos, tinha fundado 23 colégios, 137 escolas maternais, 17 orfanatos, oito hospitais, duas escolas agrárias e 1.300 missionárias de sua congregação atuavam pelo mundo. Foi beatificada em 1938 e canonizada no dia 17 de julho de 1946 pelo Papa Pio XII.