Foto Desiderio Peron / Arquivo Revista Insieme

PATROCINANDO SUA LEITURA

rita2.jpg

Rita Blasioli, presidente do Comites de São Paulo: “uma ameaça a credibilidade de todo o sistema eleitoral”.

 

SE EM 18 DE MARÇO DO ANO QUE VEM O NOVO PERCENTUAL FOR CONSIDERADO INSUFICIENTE, O QUE HAVERÁ DE ACONTECER? OS PRAZOS SERÃO OUTRA VEZ ESTICADOS OU, PIOR, SE CHEGARÁ À CONCLUSÃO DE QUE OS COMITES DEVEM SER EXTINTOS?”

 

CURITIBA – PR – A se considerar as reações que se sucedem após o novo adiamento das eleições dos Comites – Comitati degli Italiani all’Estero, por parte do governo italiano, poderá haver uma ainda maior retração do eleitorado, perdido em meio às informações contraditórias que lhes chegam de diversas fontes. Enquanto isso, de todas as partes do mundo aumentam as críticas que partem agora também de expoentes do próprio Partido Democrático, que dá sustentação ao governo que, assustado – segundo alegou – com a baixa participação, interrompeu o processo eleitoral já em plena metade do caminho.

“O que vale – perguntou hoje ao editor de Insieme um leitor incrédulo diante das últimas notícias – o que vocês estão dizendo, ou o que o consulado escreveu na carta que recebemos em casa?”. Segundo o governo italiano, não haverá mais recursos além dos que já foram dispostos para as eleições e, portanto, os consulados não terão como desmentir a carta que enviaram aos eleitores com informações sobre prazos e procedimentos. Em Roma, noticiava-se  que um representante de lista eleitoral da Suíça estava entrando com recurso junto ao Tar – Tribunal Administrativo Regional, por abuso de poder contra a democracia. Um outro leitor que buscava informações sobre como habilitar-se ao voto, ao ser informado sobre o novo adiamento, foi peremptório: “Chega! Não quero mais votar.”

Talvez por ter encontrado reações semelhantes, a atual presidente do Comites de SP, Rita Blasioli (que é também a apresentadora da chapa que tem o timbre do PD, emitiu com a data de hoje uma nota “contra o adiamento das eleições dos Comites” em que se diz “surpresa e  desanimada”. Ela começa por dizer que não vê utilidade no adiamento, pois os eleitores que receberam dos consulados a comunicação do novo procedimento eleitoral e que não se inscreverem até o dia 19 de novembro não serão adequadamente informados sobre a prorrogação dos prazos, visto que o próprio governo deixou claro que os recursos para as eleições não serão reforçados. Assim, mesmo que se usem os meios disponíveis como a Rai e a internet, o aumento de eleitores será – segundo Rita – mínimo.

Mais grave, para ela, entretanto, é a “falta de respeito” para com os candidatos, com os apresentadores de listas e para os que subscreveram as listas que se esforçaram ao máximo para respeitar as condições impostas. O processo – lembra a indignada Blasioli – já havia movimentado associações e inclusive os consulados que tinham inclusive marcado já a primeira assembléia dos novos Comites.

“A impressão – diz Rita Blasioli na nota que postou na página da lista formada sob sua inspiração – que tenho é que decretos e regulamentos são emanados e depois revogados ‘ad hoc’, de acordo com os resultados que se pretende atingir, não existindo mais a regra e seu cumprimento, mas apenas a adequação a diversas circunstâncias”.

Sobre a alegação encontrada para o adiamento do processo (o baixo número de inscritos, em torno de 2% dos eleitores), Rita pergunta: “existe um percentual mínimo estabelecido para alcançar?” Segundo ela, se em 18 de março do ano que vem o novo percentual for considerado insuficiente, o que haverá de acontecer? Os prazos serão outra vez esticados ou, pior, se chegará à conclusão de que os Comites devem ser extintos?

Depois de fazer outras considerações sobre números, Rita Blasioli assegura que esse novo adiamento das eleições “ameaça a credibilidade de todo o sistema eleitoral e é o sintoma de que nós, cidadãos italianos residentes no exterior, somos apenas peças que são trocadas ao prazer de quem cumpre seu turno e não atores do futuro de nossas comunidades e garantes da grande riqueza criada por nossa imigração”.

Veja o comunicado de Blasioli em italiano, na íntegra:

”L’ulteriore rinvio delle elezioni per il rinnovo dei Comites al 17 aprile, disposto dal Ministro Gentiloni, mi ha lasciato sorpresa e sgomenta.

In primo luogo non ne condivido l’utilità, gli elettori che hanno ricevuto dai Consolati la comunicazione del nuovo procedimento elettorale e che non si iscriveranno fino al 19 novembre non saranno adeguatamente informati sulla proroga dei termini, visto che lo stesso Sottosegretario Giro ha esplicitato che le risorse per le elezioni sono state ripartite fra i Consolati e non vi saranno ulteriori fondi.

Quindi l’informazione della proroga sarà affidata alle trasmissioni Rai (come se il numero di ascoltatori aumentasse rispetto al numero attuale) e attraverso i siti web della Rete (come se la rete non avesse già fatto tutto il possibile per informare), pertanto laddove dovesse esserci un aumento di iscrizioni sarà minimo.

Inoltre ed ancora più grave ritengo che la decisione rappresenti una mancanza di rispetto nei confronti di: candidati in primo luogo, presentatori di liste e soprattutto sottoscrittori delle liste ammesse, che si sono prodigati senza misurare sforzi, per rispettare condizioni, termini e scadenze stabilite dallo stesso Ministero.

Sarebbe quindi un comportamento antietico ed illegale, consentire alle liste escluse o nuove liste di utilizzare i nuovi termini di scadenze ed essere ammessi a concorrere. Ciò a beffa delle Associazioni che hanno indicato i propri rappresentanti per i Comitati Elettorali e che si sono già riuniti e dei Consoli che hanno già indetto le date per la prima Assemblea dei nuovi Comites.

L’impressione che ho è che Decreti e Regolamenti sono emanati e poi revocati “ad hoc”, a seconda dei risultati che si vogliono raggiungere, non esiste più la regola ed il suo compimento, ma l’adeguamento alle varie circostanze.
Si allega, come motivo del rinvio che, la percentuale (2%) di partecipazione degli elettori è molto bassa, ebbene chiedo: esiste un minimo di percentuale stabilito da raggiungere? e se il 18 marzo 2015 la nuova percentuale non sarà ancora considerata sufficiente cosa succederà? Si rinvieranno ancora i termini o peggio ancora si arriverà alla conclusione che i Comites devono essere estinti?

Secondo il mio punto di vista, la scarsa partecipazione si deve al fatto di aver voluto ad ogni costo mantenere dei Comites logorati dal tempo (10 anni e 3 rinvii, ora il 4º in processo per aggravare ancora di più la situazione), nonostante gli appelli ai vari Governi che si sono succeduti sulla necessità non solo di rinnovarli, ma di dotarli di nuove attribuzioni e competenze.

Bene, se la situazione attuale è la scarsa partecipazione dobbiamo avere il coraggio di assumerci ognuno le proprie responsabilità e ripartire non da zero (0) ma dal due (2%) di cittadini italiani elettori all’estero che hanno manifestato nei termini stabiliti dalla legge e secondo le regole predisposte, la volontà di esercitare il loro diritto di voto, dando fiducia ai candidati delle liste presentate affinché questa situazione possa essere finalmente cambiata e rinnovata.

Mi permetto di dire: affidiamoci ai pochi e buoni, persone che sicuramente vorranno esercitare il loro diritto di voto cosciente e di partecipare ad una rinnovata vita delle collettività all’estero, adeguate alle nuove esigenze e prospettive dei vari Paesi di residenza.

L’ulteriore rinvio minaccia la credibilità di tutto il sistema elettorale ed è sintomo di che noi, cittadini italiani residenti all’estero, siamo solo delle “pedine” che vengono spostate a piacimento da chi di turno e non attori del futuro delle nostre collettività e garanti del grande patrimonio creato dalla nostra emigrazione.
Rita Blasioli Costa
Presidente uscente del Comites di San Paolo – Brasile”