Sobre a fila das cidadanias: uma vergonha que poderia ser resolvida com a contratação de funcionários locais. Mas “perguntem aos amigos da esquerda se os sindicatos deles deixam!”

PATROCINANDO SUA LEITURA

 

CURITIBA – PR – Preocupado com a lisura das eleições, o candidato a deputado Piero Ruzzenenti, pela chapa “La Destra – Fiamma Tricolore” assegura que “é uma irresponsabilidade imprimir as cédulas eleitorais aqui” no exterior. Ele ataca também a solução dada para os “extravios” dos envelopes nos correios e adverte: “Todos nós precisamos ficar atentos e denunciar qualquer irregularidade”. Ruzzenenti disputa pela segunda vez uma vaga no Parlamento italiano que será renovado pelas eleições de 13 e 14 de abril (na Itália) e que já acontece na Circunscrição Eleitoral do Exterior através do voto por correspondência. Nessa circunscrição, serão eleitos 12 deputados e seis senadores, cabendo à América do Sul a eleição de três deputados e dois senadores.

Os envelopes contendo o voto dos eleitores residentes no exterior devem chegar aos consulados até as 16 horas do dia 10 de abril. O material que chegar depois seste horário não poderá ser considerado.

Nesta entrevista concedida ao jornalista Desiderio Peron, editor da Revista Insieme, Ruzzenenti descreve as principais propostas de sua plataforma e, na questão das “f’ilas da cidadania” alfineta seus concorrentes de esquerda: “É uma vergonha que poderia ser resolvida com a contratação de funcionários locais, com contratos locais. Perguntem aos amigos da esquerda se os sindicatos deles deixam?”

O candidato acredita que a direita fará mais votos que nas eleições de 2006Confira a entrevista:

 

n Quem é Piero Ruzzenenti e por quais motivos se candidata?

 

PIERO RUZZENENTI – Na comunidade: empresário, nascido em Roma em 1949, no Brasil desde 1977, Vice Presidente do Comites do Rio de Janeiro, membro da Comissão de Assistência, atuo em um patronato, em um grande centro de formação, sou conselheiro da Associação Cultural Ítalo Brasileira e sócio fundador da Associação Ítalo Brasileira de Assistência. Por estas atividades em favor da nossa comunidade, o Presidente da República Italiana me conferiu o título de “Cavaliere al Merito della Repubblica Italiana”.

No trabalho: Empresário, represento no Brasil cinco empresas do Grupo Finmeccanica (Governo Italiano), uma companhia petrolífera suíça e um grupo italiano ligado a Oil&gas.

Na política: entrei na política na Itália em 1968 em “Avanguardia Nazionale”, depois no “Movimento Sociale Italiano” que mudou para “Alleanza Nazionale”, partido que representei no Brasil por doze anos, período no qual fui coordenador do CTIM (Tremaglia) para o Brasil. Em 2006 fui candidato a Câmara na chapa “Tremaglia”. Em final de 2006 deixei Alleanza Nazionale e CTIM e em setembro deste ano me filiei a “La Destra” da qual sou Porta-voz na América do Sul.

Me candidato para colocar a minha grande experiência de trabalho na comunidade italiana e vivência na política italiana ao serviço dos cidadãos italianos que residem na América do Sul, para lutar com determinação na solução dos muitos problemas que estão sofrendo.

 

n ‘La Destra – Fiamma Tricolore’ tem uma única chapa na América do Sul? Seus integrantes são de que países?

 

PIERO RUZZENENTI – A chapa é única, “La Destra – Fiamma Tricolore”. Os integrantes são brasileiros, argentinos e um colombiano.

 

n Qual o programa defendido pela chapa e, particularmente, pelo candidato?

 

PIERO RUZZENENTI – Estamos defendendo basicamente 12 pontos:

• Aumento das verbas aos italianos necessitados que precisem de assistência sanitária e econômica.

Contribuição de 250 euros mensais para os setuagenários necessitados.

Obtenção da pensão por invalidez também para os italianos residentes no exterior.

Potenciamento da rede consular nos setores da cidadania, passaportes e comercial com a contratação de funcionários locais. Segurança dos cidadãos italianos em áreas de risco.

Concessão da cidadania italiana aos filhos de mãe italiana nascidos antes de 1948.

Reaquisição da cidadania italiana por parte daqueles que no passado, por motivos de trabalho, renunciaram a mesma.

Aumento das verbas para os Comites, que são os representantes eleitos pelas comunidades, para possibilitar o cumprimento de suas funções de maneira satisfatória.

Incentivar a presença das regiões italianas com investimentos e projetos.

Aumento das verbas para a ajuda aos italianos que querem voltar para a Itália.

Incentivar os intercâmbios comerciais, aumentar a ajuda para as empresas que querem se estabelecer no Brasil e o potenciamento de mecanismos bi-laterais para os incentivos a media e pequena empresa.

Aumento das verbas para o financiamento da imprensa italiana no exterior, para a divulgação da língua e cultura italiana e para a formação profissional.

Melhora da qualidade da RAI International e divulgação na Itália dos principais eventos realizados no exterior.  

 

n A direita conta com que percentual de eleitores no Brasil e na América do Sul?

 

PIERO RUZZENENTI – A vez passada no Brasil a direita recolheu cerca de 27% dos votos, e na América do Sul cerca de 30%, desta vez seremos muito mais.

 

n Que diferencia a chapa ‘La Destra’ das demais, principalmente no que diz respeito aos italianos residentes no exterior, em especial na América do Sul e no Brasil?

 

PIERO RUZZENENTI – A nossa chapa se diferencia sobretudo por representar um partido que ainda acredita em princípios e ideais, que defende os direitos e cobra os deveres e o respeito das leis, que defende as vítimas e não os réus, que quer devolver a dignidade e o amor à pátria aos seus cidadãos aonde quer que estejam. Almirante, fundador do MSI e ponto de referencia para todos nós, dizia que o partido devia não somente ir em direção do povo, mas se sentir povo, para expressar diretamente a vontade do povo; nós seguimos estas palavras à risca.

 

n A seu ver, quais os principais problemas da comunidade ítalo-brasileira?

 

PIERO RUZZENENTI – Os principais problemas das nossas comunidades todos nos conhecemos: pouco dinheiro para a assistência sanitária e econômica aos italianos necessitados; estruturas consulares absolutamente insuficientes; a necessidade de uma legislação mais ágil e mais justa para a obtenção da cidadania; uma distribuição das verbas do governo mais atenta. Dou o exemplo dos Comites: como se pode dar o mesmo dinheiro para um Comites suíço e para um Comites brasileiro? Na circunscrição do Comites do Rio de Janeiro cabem 16 Suíças! Imaginem a proporção dos custos. Também precisa trazer para o exterior alguns benefícios básicos dos quais usufruem os italianos na Itália, como a pensão por invalidez e outros.

 

n Como seu partido encara a questão das “filas da cidadania” diante dos consulados italianos?

 

PIERO RUZZENENTI – É uma vergonha que poderia ser resolvida com a contratação de funcionários locais, com contratos locais. Perguntem aos amigos da esquerda se os sindicatos deles deixam?

 

n Como analisa a experiência havida com parlamentares representantes da comunidade italiana no exterior? Como considera o desempenho deles… satisfatório?

 

PIERO RUZZENENTI – A presença de parlamentares italianos eleitos no exterior é, sem duvida, extremamente positiva. Passamos a ter um peso político, isto significa que, se bem administrado, este peso pode se transformar em grandes benefícios para a nossa comunidade.

Em relação aos eleitos nas passadas eleições, pergunto: melhorou alguma coisa? Como posso julgar o desempenho deles satisfatório? A única desculpa é que foi um governo curto e muito conturbado.

 

n Outras considerações que julgar oportunas sobre o tema das eleições.

 

PIERO RUZZENENTI – Precisa garantir a lisura das eleições. É a condição básica para que este nosso direito conquistado com tanto sacrifício vá para frente. É uma irresponsabilidade imprimir as cédulas eleitorais aqui. Os problemas com o “extravio” dos envelopes nos correios poderia ser resolvido se o eleitor tivesse que colocar no envelope que volta para o consulado uma xerox da identidade. Todos nós precisamos ficar atentos e denunciar qualquer irregularidade.