No dia 25 de setembro de 2017, na página Facebook “Contra as Filas da Cidadania”, administrada pelos novos coordenadores do Maie Brasil, foi escrito pelo internauta Caio Saverio: “É impressão minha ou o Maie está dominando o mundo? Ou pelo menos os italianos no Brasil?”
Logo a seguir vem a resposta de Adriana Pellegrino: “Só os melhores.”
Temos que reconhecer e enaltecer o poder de mobilização que as mídias sociais têm feito nos últimos anos, em todo o mundo, especialmente aqui no Brasil para, de poucas dezenas de manifestantes (apenas em SP o número foi maior que 100) que tivemos no último 7 de Abril, hoje possamos contabilizar a adesão e o apoio das grandes forças jovens nas redes sociais, que contam mais de 100 mil inscritos nos grupos que informam, discutem, opinam e, principalmente, cobram soluções rápidas e eficazes das autoridades italianas, daqui e de Roma, para os nossos problemas de italianos residentes no exterior, que todos nós sabemos bem quais são. E hoje, aqui na Av. Paulista, entre 400 e 500 pessoas em marcha…
Temos o orgulho de ter conosco praticamente todos os principais líderes destes movimentos em nossa marcha. Sim, chamaremos de “marcha” porque alguns adversários, no intuito de diminuir o nosso movimento, chegaram a brincar com o assunto, com perguntas do tipo:
“Por que estão em marcha estes líderes do Maie [‘Movimento Asslociativo Italiani all’Estero’- NR]?”
Eu vos afirmo que estamos sim marchando, e cada vez mais aumentando o número de inconformados que estão aderindo. As passeatas, protestos, manifestações e as nossas marchas não mudam leis, não derrubam governos, não provocam mudanças radicais. Quem deveria fazer isso são os nossos representantes eleitos, que estão mais preocupados em manter seus cargos, obedecer ao partido que pertencem ou fazer turismo 5 estrelas.
Mas, eles estão preocupados com a nossa marcha porque, depois de 5 anos destes mandatários e deste governo que apoiam incondicionalmente, a nossa situação só piorou. E nós do Maie Brasil, com 5, 10, 15 ou mais de 20 anos de atuação nas associações, nos Comites [‘Comitati degli Italiani all’Estero’ – NR], no CGIE [‘Consiglio Generale degli Italiani all’Estero’ – NR], sempre na defesa dos nossos cidadãos ítalo-brasileiros, temos pessoas muito preparadas para mudar este cenário de desilusão que temos hoje com os nossos três representantes.
Eu vejo nesta marcha de hoje os atuais e futuros membros do Maie no Parlamento Italiano 2018 e, tenham certeza absoluta que cada hora passada nos bloqueios da estrada, cada madrugada interrompida ou noite mal dormida, cada palavra de ordem na manifestação, cada resposta dada ao enfileirado que não as têm dos órgãos do governo, cada atitude de adesão apenas no momento da fotografia aos nossos eventos, organizados com muita dificuldade, cada agressão verbal ou crítica rasa e maldosa que recebemos é transformada em combustível para a nossa marcha rumo ao futuro. Nós estaremos sempre juntos, ao lado dos enfileirados, no ônibus, na estrada, na rua, na briga.
(São Paulo, 12/10/2017)
* O advogado Luis Molossi é Coordenador do Maie Brasil