O Comites – “Comitato degli Italiani all’Estero” de São Paulo sai na frente e promove o primeiro debate público sobre o referendum constitucional que, na Itália, está movimentando opiniões. O debate, com início marcado para as 18h30min do dia 26 de outubro, acontecerá no auditório do Círculo Italiano de São Paulo, sob a mediação do jornalista Carlos Nascimento, segundo anuncia o presidente do Comites, Renato Sartori. “Trata-se de um debate informativo, com um representante de cada comitê”, isto é, um pelo “Sim” (Alessandro Battisti, pelo Comitê do “Sim” de SP) e um pelo “Não” (Diego Tomassini, pelo Comitê do “Não” Brasil), explica Sartori.
Segundo ele, a expectativa é de pelo menos 60 participantes presenciais, devido à limitação física do local, mas uma gravação do evento deverá ser difundida posteriormente através de outros meios de comunicação, além de uma possível transmissão “live” através do Facebook. Todo o debate será em português, para maior facilidade de entendimento da comunidade ítalo-brasileira.
Será, ainda segundo Sartori, um “debate mais técnico e menos político, para tirar as dúvidas dos eleitores e conscientizar sobre a importância do voto”. Ele explica que a iniciativa do Comites “vem ao encontro da solicitação do próprio governo italiano de dar difusão à questão do referendum.” E “nada mais democrático que um debate onde poderemos ouvir os dois lados”.
O referendum acontecerá na Itália no dia 4 de dezembro próximo, mas os eleitores italianos residentes no exterior e regularmente inscritos nos consulados (no total são quase quatro milhões) poderão votar por correspondência. Eles receberão um envelope contendo o material para votar e explicações sobre os procedimentos já em meados de novembro, com data para que envelope do voto seja devolvido pelos correios aos consulados. O voto, na Itália, não é obrigatório e para esse tipo de referendum não existe quorum.
Todas as sondagens realizadas nos últimos dias na Itália dão como levemente à frente a opção pelo “Não”, mas o percentual de indecisos ainda é muito alto (vai, de acordo com os diversos institutos de pesquisa, de 29 a 33%, com indicação decrescente nos últimos dias.
A sondagem realizada pela Eumetra de 18 de outubro, indicou o “Não” à frente 53% contra 47%; um dia antes, a EMG indicava 52,3% para o “Não” contra 47,7 e indecisos com 29,2%; No mesmo dia 17, a Euromedia Research computava o “Não” com 53% contra 46%; enquanto outras duas pesquisa do dia 13 de outubro indicavam a mesma tendência: Doxa com 54% contra 46%, e Piazza Pulita com 51,4% contra 48,6%. Duas pesquisas do dia 10 de setembro também davam o “Não” à frente: Lorien, com 52,6% contra 47,4% (indecisos em 29%); EMG com 53% contra 47% (indecisos com 31,4%). No dia 7 de outubro, a Piepoli indicava 54% pelo “Não”, contra 46%; e, no dia anterior, a Piazza Pulita relavata 51,7% pelo “Não”, contra 48,3% pelo “Sim”. Em nenhuma das pesquisas há qualquer fererência às preferências dos italianos que residem fora da Itália.
Outro aspecto relevante nas sondagens difundidas é que não existe uma coerência de tendências alinhada de acordo com a indicação majoritária dos partidos políticos. Há quem vote e trabalhe pelo “Não” dentro das fileiras do centro-esquerda, incluindo o PD – Partido Democrático do premier Renzi; assim como há quem vote pelo sim dentro das hostes que atendem ao comando de líderes do centro-direita, como, por exemplo, a Forza Italia de Silvio Berlusconi.