O ex-deputado Fabio Porta numa imagem da última campanha eleitoral (Reprodução)

O ex-deputado Fabio Porta convocou para esta quarta-feira, às 11h30min (6h30min no Brasil) entrevista coletiva, em Roma, para informar sobre o encaminhamento de um recurso seu à “Giunta per le elezioni” do Senado, em que questiona mais de dez mil votos obtidos pela Usei – Unione Sudamericana Emigrati Italiani em algumas seções eleitorais de Buenos Aires durante o último processo eleitoral para a renovação do Parlamento Italiano.

A entrevista está marcada para a Sala de Imprensa da Câmara dos Deputados e nela Porta anuncia que pretende explicar os motivos de seu questionamento sobre os resultados eleitorais que atribuíram a Adriano Cario (Usei) e não a ele, a segunda vaga de senador para a América do Sul (a outra foi alcançada por Ricardo Merlo, do Maie).

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As dúvidas levantadas por Porta já no curso das apurações ainda mantêm suspenso o anuncio oficial do resultado para o Senado, embora seu concorrente já tenha assumido a função. Se os votos contestados forem anulados, e dependendo do volume desses votos, Porta teria ainda a chance de assumir a cadeira. Segundo ele tem dito em outras oportunidades, as fraudes teriam ocorrido dentro dos Correios argentinos e a apuração disso poderia, em tese, ser realizada através da análise do código de barras de cada correspondência eleitoral.

No comunicado à imprensa, o ex-parlamentar afirma que “pela segunda vez, em quatro eleições, o Partido Democrático perde na América do Sul a cadeira no Senado” e diz que, “como em 2008 com o senador de Forza Italia Esteban Caselli, também este ano estamos diante de evidentes anomalias verificadas sempre em Buenos Aires”.

Segundo Porta, “a metade dos votos de Usei foi concentrada numa única cidade da América do Sul e em um pequeno número de seções eleitorais estão mais da metade desses votos”. Nestas seções, afirma ele, Usei obteve 96% dos votos, cujo candidato eleito no Senado obrteve, em alguns casos, 99% dos votos de preferência. “Votos marcados frequentemente com a mesma caligrafia e mesma caneta: todos elementos que serão submetidos à atenta avaliação da autoridade eleitoral máxima do Parlamento”.

“Se queremos defender o direito-dever do voto aos italianos no exterior e a representação dos italianos no mundo junto ao Parlamento – afirma Porta – precisamos ter a coragem de denunciar tais episódios, penalizando eventuais fraudes e intervindo para modificar o resultado e retomar a retidão do resultado das eleições”.

Porta, que foi o cabeça de chapa do PD nas eleições, adverte que se não forem tomadas providências, o fenômeno poderá se repetir em proporções ainda maiores, “com o risco concreto de sepultar definitivamente o voto no exterior”. Ainda segundo o ex-deputado, não se pode adiar “uma séria reflexão sobre eventuais mudanças na forma do voto na Circunscrição Eleitoral do Exterior, possivelmente precedida de uma análise dos efeitos e das distorções do voto preferencial nas atuais quatro enormes repartições”.