Para a deputada Renata Bueno, o ex-embaixador do Brasil em Roma, Andrea Matarazzo, não está fora do páreo nas próximas eleições italianas, que deverão acontecer provavelmente no começo de março do próximo ano. A “quarentena” anexada à lei chamada “Rosatellum” à última hora não deve valer para cargos considerados “administrativos”, segundo a parlamentar; apenas para cargos de nível nacional ou federal.
O texto da emenda aprovada na Câmara e no Senado (inclusive com o voto favorável de Ranata Bueno), estabelece “quarentena” para quem tenha exercido, nos cinco anos (10 anos na proposta original) precedentes à data da eleição, cargos de governo, “cargos políticos eletivos em qualquer nível” ou encargos na magistratura ou nas Forças Armadas de um país no exterior. Esses não poderão candidatar-se em eleições italianas, nem para a Câmara, nem para o Senado.
Entretanto, Renata Bueno informa que o governo italiano já acolheu uma “ordem do dia” no sentido de interpretar a limitação apenas a cargos de nível nacional ou federal. A parlamentar disse que será buscado também o pronunciamento da Suprema Corte italiana sobre a matéria.
A interpretação “salva Matarazzo” seria importante à costura de uma hipótese de candidatura em dobradinha com Renata Bueno, segundo ela sugere, já que sua recandidatura através da Usei – ‘Unione Sudamericana Emigrati Italiani’, comandada pelo ítalo argentino Eugenio Sangregorio, não estaria garantida.
“Tenho um ótimo relacionamento com o Sangregrio – disse a parlamentar, sem fazer alusão aos rumores de que seu nome estaria definitivamente vetado no partido que a elegeu, aduzindo que é “membro da Usei e nunca tivemos algum problema”.
“Estamos conversando” e – “apenas precisamos viabilizar as candidaturas para que todos consigam ocupar os seus espaços (…) Eu mesmo disse a ele que a gente poderá ter mais chances em listas separadas”, explica Renata Bueno na entrevista em vídeo que gravou, dia 27 último, com o editor da Revista Insieme.
Renata Bueno foi perguntada por qual partido vai sair, mas em momento algum foi incisiva: “A gente não tem nenhum vínculo intenso com qualquer partido italiano. Eu sempre tive uma afinidade com o governo (…) mas não temos nenhum vínculo com partidos”, disse ela.
E completou: “Nosso vínculo é com os italianos no exterior e nós vamos tentar formar a melhor chapa e o melhor movimento para concorrer, trazendo todas as pessoas que são do bem e que querem concorrer também e querem participar. Uma eleição é democrática, vale o jogo. E por isso que não aceito limitações que tentaram colocar para a inelegibilidade minha ou de qualquer outro que seja”.