Cédulas eleitorais e envelope de retorno utilizados na última eleição italiana no exterior. (Foto Desiderio Peron / Insieme)

Em carta endereçada ao ministro italiano Marco Minniti, do Interior, o secretário geral do CGIE – ‘Consiglio Generale degli Italiani all’Estero’, Michele Schiavone, pediu o encerramento, o mais rápido possível, das operações de escrutínio dos votos dos italianos no exterior, ainda pendente 21 dias após o encerramento do processo eleitoral.

O documento tem a data de 16 de março, mas apenas hoje foi difundido e nele Schiavone relata ao ministro “a angústia que esta situação está provocando entre as comunidades de italianas e italianos no exterior, que já custam a aproximar-se do voto”.

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Segundo o secretário geral do CGIE, naquela data faltavam 42 urnas, “que potencialmente correspondem a 105 mil eleitores (2500 cada urna)”. Seguindo o percentual de participação, Schiavone calcula “tratar-se de mais de 30 mil votos que podem fazer a diferença e modificar em parte os resultados”.

Mesmo e apesar disso, o secretário do CGIE observa que as cadeiras aos respectivos partidos já foram conferidas “de modo provisório”. Ainda segundo Schiavone, o voto no exterior, desde a sua introdução está sendo “sistematicamente colocado em discussão devido ao procedimento com o qual ele é exercitado e escrutinado”. Por isso, o CGIE – aduz ainda Schiavone – “promoverá uma recomendação parlamentar para que na próxima legislatura sejam finalmente alterados os procedimentos do voto, para garantir sem sombra de dúvidas o mandamento constitucional que o determina livre, direto e pessoal”.

A pendência na contagem eleitoral do exterior está ligada a denúncias de fraudes no processo. Entre elas, pode estar a queixa apresentada pelo ex-deputado Fabio Porta que, apenas em Buenos Aires, aponta dúvidas sobre uma quantidade superior a dez mil votos que teriam sido manipulados para favorecer seu concorrente uruguaio Adriano Cario, da Usei. Em todo o mundo, passou-se a falar em “fraudes em escala industrial”.

Enquanto isso, no Brasil, toma corpo a criação de uma força-tarefa para investigar denúncias e falhas no processo eleitoral por correspondência dos italianos no exterior para a renovação do Parlamento italiano, desenvolvido durante o mês de fevereiro.