Uma das bandeiras da chapa organizada e encabeçada por José Renato Margon, presidente do Círculo Trentino de Vitória, Espírito Santo, nas eleições dos Comites – ‘Comitati degli Italiani all’Estero’, era exatamente a reabertura dos prazos para a cidadania italiana dos assim chamados trentinos. Morreu na praia por falta de cinco assinaturas e eliminação de um candidato.

A inscrição de sua chapa foi negada pela comissão eleitoral do consulado italiano do Rio de Janeiro por não ter conseguido o número de apoiadores regularmente inscritos no município italiano de origem. O mesmo teria ocorrido com um candidato da chapa, já inscrita com número mínimo. Trata-se de problema semelhante ao enfrentado por outros candidatos e chapas em todo o Brasil.

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A eliminação da chapa de Margon, denominada “Unione degli Italiani e trentini”, formada por doze pessoas de origem basicamente trentina, foi confirmada por ele mesmo, em tele-entrevista concedida no final da tarde. “Fomos vencidos pela burocracia”, disse Margon, que é conselheiro do atual Comites do Rio de Janeiro, com jurisdição sobre o Espírito Santo. Agora, a disputa naquela circunscrição se limita a duas chapas: “Italianità in movimento’ e “Italiani in Brasile – Giustizia e libertà nel mondo”

A história, em poucas palavras, é a seguinte: cada chapa, para ser considerada regular perante a norma eleitoral, precisa, além dos candidatos, apresentar uma lista de apoiadores com um determinado número nomes regularmente inscritos no Aire – o cadastro geral dos eleitores residentes fora da Itália. E isto, para fins eleitorais, significa transcrição de seu status junto aos ‘comuni’ (municípios) italianos. Embora inscritos nos consulados, alguns apoiadores (e mesmo candidatos) não conseguiram obter a comprovação dessa transcrição em tempo hábil; em alguns casos, embora os documentos tenham sido  remetidos à Itália, a transcrição não foi feita.

Paga por isso, o cidadão. Esse problema teria eliminado, ao que consta, além da chapa de Margon, também uma das chapas da circunscrição de Curitiba, que à última hora sequer foi apresentada, como já noticiamos, e estaria em acesa discussão com uma das chapas do Rio Grande do Sul, além de problemas semelhantes no Distrito Federal e, também em São Paulo, com alguns candidatos.

Há casos relatados a Insieme de cidadãos italianos que, tendo inclusive votado em outras eleições italianas, agora não teriam conseguido comprovar a regularidade exigida pelas comissões eleitorais instaladas em cada consulado. A questão da residência também teria concorrido para a eliminação de pretendentes que, embora inscritos no Aire consular de sua jurisdição, tiveram o endereço questionado por integrantes de comissões.

Ao fechamento desta matéria, ainda não se tinha clareza do número de chapas (das 19 protocoladas até o dia 3 último) formalmente aceitas. Isto porque, embora a legislação seja uma só, há critérios diversos em cada circunscrição consular.