Autor da proposta que sobre a taxa da cidadania para 600 euros é o ministro da Economia, Roberto Galtieri, do Partido Democrático. (Foto perfil do ministro na Wikipedia)

“A partir de 1º de fevereiro de 2020, na tabela dos direitos consulares (…) as palavras ‘euro 300,00’ são substituídas pelas seguintes: euro 600,00”. É assim que reza o projeto de lei número 1586 que estabelece a previsão orçamentária do governo italiano para o ano financeiro de 2020 e para o triênio 2020-2022. O documento foi apresentado ao Senado no dia 2 último pelo ministro da Economia e das Finanças do governo Conte-bis, Roberto Gualtieri – um deputado no Parlamento Europeu, integrante do PD – Partito Democratico.

A informação não deixa dúvidas sobre a intenção do governo italiano de simplesmente dobrar o valor da chamada “taxa da cidadania”, em vigor desde 8 de julho de 2014, incidente sobre todos os pedidos de cidadania por direito de sangue, exceto menores de idade. Dependerá agora do Parlamento aprovar ou não a proposta contida no artigo 101 do projeto, ao tratar do “Fundo para a Cooperação sobre os Movimentos Migratórios”.

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A informação do reajuste de 100% sobre a “taxa da cidadania”, até então não confirmada, já vinha causando polêmica nas redes sociais assim que foi divulgada na sexta-feira última. Hoje, o ex-deputado Fabio Porta, secretário geral do PD para a América Latina, criticou a proposta do seu correligionário: “elevar dos atuais 300 para 600 euros a contribuição sobre os pedidos de cidadania apresentadas junto aos consulados seria um ato estúpido, míope e vexatório”.

Também o deputado Luis Roberto Lorenzato foi às redes sociais para, através de um vídeo, criticar duramente os partidos políticos que apoiam o atual governo, inclusive o Maie – ‘Movimento Associativo Italiani all’Estero”, presidido pelo senador Ricardo Merlo, anterior e atual subsecretário para os italianos no exterior da Farnesina.

https://web.facebook.com/votepelacidadaniaitaliana/videos/427632294491311/

 

Segundo Porta, a medida “nasceu para melhorar os serviços consulares e, sobretudo, para eliminar as longas esperas” e foi somente em “mínima parte aplicada e utilizada neste sentido”. Se alguém pensa de intervir sobre a atual lei da cidadania dessa forma – diz Porta – “engana-se e percorre uma estrada equivocada. Peço ao ministro das Relações Exteriores, Di Maio, um maior respeito em relação à extraordinária comunidade dos italianos no mundo; ao subsecretário Merlo um compromisso coerente e determinado para impedir esse aumento e eliminar o contencioso consulares e a todo o PD para rejeitar a aprovação desse tipo de medida”.

O fundo referido, segundo o texto apresentado, é estendido “a países não africanos de importância prioritária para os movimentos migratórios e renomeado para “fundo para intervenções extraordinárias objetivando a retomada do diálogo e a cooperação com países de importância prioritária para os movimentos migratórios”. Será dotado de 30 milhões de euro para cada um dos anos de 2020 e 20121; e de 40 milhões de euros para o ano de 2024. A proposta mexe em outros valores também e define que “as maiores entradas (…) serão integralmente destinadas ao orçamento do Estado”.