Senador Ricardo Merlo analisa atendimento consular da Itália no Brasil.
O senador Ricardo Merlo, subsecretário da Farnesina para os Italianos no Mundo (Foto Desiderio Peron / Arquivo Insieme)

“O Maie não votaria uma lei orçamentária que dispusesse um aumento de 100% sobre uma taxa que nós, de qualquer forma, consideramos injusta desde o seu nascimento” disse a Insieme o senador no Parlamento italiano, Ricardo Merlo.

Ao ser questionado sobre o que existiria de verdade na notícia que circulou sexta feira, dando conta de que o projeto orçamentário do governo para o próximo ano contém uma proposta de aumento de 100% (de 300 para 600 euros) na “taxa da cidadania”, Merlo negou qualquer apoio à iniciativa, afirmando que “nós sempre estaremos do lado dos italianos no exterior”.  Merlo é presidente do ‘Movimento Associativo Italiani all’Estero’ e  no anterior e atual governo  é subsecretário da Farnesina (Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional) para os italianos no mundo

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“Primeiro” – disse Merlo a Insieme no início da manhã deste sábado – “é preciso ver o texto definitivo deliberado pelo Conselho de Ministros, que ainda não existe”. Depois, prosseguiu, “é necessário entender que a Lei Orçamentária tem um caminho a percorrer e que pode ser modificada no Parlamento”. Se assim acontecer, disse ainda Merlo, “nós faremos de tudo para impedir esse aumento [da taxa]”.

E finalizou o senador ítalo-argentino: “ por último, te digo que o Maie não aprovaria uma lei orçamentária que preveja um aumento de 100% sobre uma taxa que consideramos injusta desde o seu nascimento”.

A notícia de um aumento de 100% sobre a chamada “taxa da cidadania” foi veiculada pela agência noticiosa italiana Ansa, referindo um texto provisório da proposta orçamentária do governo. A taxa, no valor de 300 euros sobre cada pedido de reconhecimento da cidadania por direito de sangue, está em vigor desde 8 de julho de 2014. Parte do que é arrecadado (30%) é devolvida aos consulados com a finalidade de dar suporte ao atendimento das “filas da cidadania” que, entretanto, persistem mais de cinco anos depois de sua instituição.