CURITIBA – PR – A “falta de consideração” da Embaixada da Itália no Brasil para com o Intercomites foi considerado assunto vencido na assembléia da entidade, dia 10.09.2012, no Rio de Janeiro e também não houve a “mudança de turno” na presidência do órgão que reúne todos os Comites (Comitati degli Italiani all’Estero), conforme se anunciava na ordem do dia do encontro. Segundo Insieme conseguiu apurar, o atual presidente, Gianluca Cantoni, teve seu mandato prorrogado até o final do ano e, no ano que vem, assumiria, também por um ano, a presidente do Comites de São Paulo, Rita Blasioli.

PATROCINANDO SUA LEITURA

A alternância na presidência do Intercomites é feita automaticamente, através de acordo segundo o qual cada um dos presidentes comandaria a entidade durante nove meses. A vez seria de Salvador Scalia, do Recife, que, contrário ao princípio da transmissão automática do cargo, declinou da posse, ficando em segundo lugar Francesco Perrotta, do Rio de Janeiro. Este, diante das dificuldades que a entidade preside atravessa, também declinou, recaindo em Rita Blasioli a responsabilidade.

Embora fosse de praxe, o encontro não contou com a participação de nenhum dos quatro representantes do Brasil no CGIE – Consiglio Generale degli Italiani all’Estero.

Também segundo Insieme conseguiu apurar, esteve presente à reunião Gabriele Annis, representando a Embaixada. Ele teria informado sobre seus objetivos de uniformizar os procedimentos burocráticos dos diversos consulados italianos que operam no Brasil, notadamente em relação aos processos de reconhecimento da cidadania italiana por direito de sangue, mas, ao distribuir uma tabela da situação atual da “Task Force”, pediu aos presidentes de Comites que não a divulgassem. “Tornou-os, assim, cúmplices – disse uma fonte de Insieme que pediu reserva – do próprio silêncio da Embaixada que o Intercomites reverberava em seu ofício à representação diplomática” de meados de junho.

Durante o encontro foram debatidos outros assuntos, incluindo o que diz respeito às dificuldades que atravessam os próprios Comites diante dos cortes orçamentários do governo italiano. Todos os conselheiros desses organismos, no mundo inteiro, foram eleitos em 2004 para um mantato que terminou em 2009. Com dois adiamentos por decreto – o que levou a ser cunhado o conceito de que a Itália suprimiu a democracia para os italianos no exterior – eles ficarão em seus cargos até 2014.