Antonio Laspro em imagem de 2016 (Foto Desiderio Peron / Arquivo Revista Insieme)

Manifestando seu espanto “ante a atitude do desembargador” que, “em nenhum momento resolveu verificar diretamente comigo a veracidade da acusação que me foi feita, preferindo judicializar fofocas e apequenar o processo eleitoral italiano entre nossa comunidade”, o candidato a deputado no Parlamento italiano, Antonio Laspro (Maie) solicitou direito de resposta à nota oficial aqui publicada do também candidato Walter Fanganiello Maierovitch (LeU), em que anunciava processo contra ele por ter sido “supostamente” ter sido chamado de comunista.

Fanganiello anunciava, dia 11 último, que, passadas as eleições, tomará “as medidas judiciais cabíveis contra o candidato Antonio Laspro”, também candidato a deputado, “por propalar a condição de comunista que comunista que eu não sou” e, também “em relação ao candidato Pasquale Matafora, que se apresenta como co-fundador e membro do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais Giovanni Falcone (IBGF)”. Matafora é funcionário licenciado da Embaixada da Itália no Brasil e candidato a deputado pelo PD – Partido Democratico.

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Enquanto Matafora respondeu imediatamente a Fanganiello para dizer que não tem “receio algum de ser chamado pela justiça, pois no momento oportuno apresento o que for necessário para provar o equívoco de uma afirmação frágil e descabida”, Laspro apenas ontem enviou à redação de Insieme,  e através de um seu assessor, o seu pedido de resposta.

“É muito estranho – afirma Laspro no texto que, segundo diz, já está publicado em sua página oficial do Facebook – que uma pessoa se candidate num partido de extrema-esquerda como o ‘Liberi e Uguali’, dissidência radical de uma ala do PD – herdeiro do Partido Comunista Italiano -, e tenha vergonha de ser confundido com comunista”.

Ambos – Fanganiello e Laspro – esgrimam títulos de “Cavaliere”, enquanto o último acrescenta também o de ‘Grande Ufficiale della Repubblica Italiana’ e acrescenta não ser “marinheiro de primeira viagem nem carreirista”, não tendo “nenhum interesse em sujar minha biografia me envolvendo com polêmicas baixas e provocações de personagens ansiosos por publicidade”. Veja a íntegra do pedido de resposta do candidato Laspro:

“Recebi com surpresa a notícia, através de veículos midiáticos, de que o candidato a eleição parlamentar italiana, Walter Fanganiello Maerovitch, irá tomar medidas judiciais por supostamente ter sido chamado de comunista por mim.

Não posso deixar de manifestar meu espanto ante à atitude do desembargador, que em nenhum momento resolveu verificar diretamente comigo a veracidade da acusação que me foi feita, preferindo judicializar fofocas e apequenar o processo eleitoral italiano entre nossa comunidade, tão carente de serviços de excelência e preocupada com problemas reais.

Aproveito a ocasião para afirmar que é muito estranho que uma pessoa se candidate num partido de extrema-esquerda como o Liberi e Uguali, dissidência radical de uma ala do PD – herdeiro do Partido Comunista Italiano -, e tenha vergonha de ser confundido com comunista.

A falta de coerência do desembargador se manifesta também na afirmação de que seu partido não está envolvido na defesa aberta do ex-Presidente Lula, condenado por unanimidade a 12 anos de prisão no TRF-4, sendo que dois de seus maiores líderes, Massimo D’Alema e Enrico Rossi, já declararam publicamente seu apoio ao condenado, desrespeitando também a soberania do Brasil ao questionarem a legalidade do processo. O próprio candidato Fanganiello publicou em seu canal oficial do YouTube, no dia 11/02, a íntegra da sessão em apoio ao Lula, denotando no mínimo conivência.

Eu, Antonio Laspro, me candidatei à Câmara dos Deputados para poder trabalhar pela nossa comunidade, atendendo aos verdadeiros anseios e necessidades da nossa gente, tão merecedora e muitas vezes tão esquecida. Não entrei no jogo eleitoral para apequenar este processo debatendo futilidades e fofocas, e sim para trazer melhorias reais para o nosso povo. Tenho 78 anos de idade, a maior parte da vida dedicada aos italianos e oriundi da nossa região, tanto é que fui agraciado com os títulos de ‘Cavaliere della Repubblica Italiana’ e de ‘Grande Ufficiale della Repubblica Italiana‘, dados respectivamente pelos presidentes Carlo Azeglio Ciampi e Giorgio Napolitano, e o de Cidadão Paulistano, dado pela Câmara Municipal de São Paulo, em homenagem aos serviços também prestados por mim em nossa cidade.

Não sou marinheiro de primeira viagem nem carreirista, e não tenho nenhum interesse em sujar minha biografia me envolvendo com polêmicas baixas e provocações de personagens ansiosos por publicidade.

Espero apenas, e lutarei verdadeiramente por isso, que a comunidade dos italianos residentes na América do Sul saia mais fortalecida de todo este processo, e possa, finalmente, depois de tanta luta, ver todos os seus direitos reconhecidos e garantidos”.