Ao comentar o “momento histórico” de ter um eleito no exterior – o senador Ricardo Merlo – ocupando importante cargo no governo italiano, o coordenador no Brasil do Maie – ‘Movimento Associativo Italiani all’Estero’, advogado Luis Molossi disse que “as demandas continuam” e que, agora, a hora é de “trazer resultados”. “É isso que a gente espera de nosso ‘ministro’ – vamos chamá-lo assim”, disse Molossi.

Molossi foi questionado sobre “o que muda, especialmente para o Brasil” e se o partido que ele coordena em nosso país exercerá ou procurará exercer alguma influência sobre decisões romanas. Ele se referiu às críticas surgidas com o anúncio de um dos primeiros atos envolvendo a liberação dos primeiros cem novos empregados distribuídos aos consulados em todo o mundo (o Brasil receberá apenas três), segundo critérios que “devem ter alguma base em termos de governo”. “Imagino que seja um critério justo e correto para o momento” disse ele em entrevista exclusiva ao site da revista Insieme.

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Comedido em suas palavras, Molossi procurou tranquilizar os que clamam por soluções imediatas. “Não é assim, temos pelo menos dez anos de um estilo de governo” e todo o dinheiro arrecadado nos quatro anos de ‘taxa da cidadania’ “agora que está começando a ser repassado” e, ainda assim, “apenas em 30%”. “Então o momento é de otimismo pela nova fase e a gente espera que para o Brasil haja solução para um de nossos maiores problemas e que a nossa participação seja importante para encontrar uma solução”.

Como um dos desafios do Maie no Brasil, Molossi colocou a eleição de um ítalo-brasileiro no Parlamento italiano. Ele até aqui, diz que está de acordo com a orientação dada pelo presidente do partido, inclusive sobre nomeações, mas “serei o primeiro” a cobrar, caso alguma coisa não estiver de acordo. “Quem me conhece sabe que sou tranquilo, mas que também sei o momento exato para cobrar, quando necessário”.

O coordenador do Maie anunciou também que está nos planos do partido no Brasil realizar um levantamento real e circunstanciado sobre a situação das filas diante dos consulados e sobre a realidade do ensino e difusão da língua e da cultura italiana. Segundo Molossi, são números que as próprias autoridades “muitas vezes acabam evitando de divulgar esses números para não crias expectativas”, mas garantiu que é “uma coisa que precisa ser revista”.

Molossi comentou também sobre a solicitação de Ricardo Merlo, na condição de vice-ministro, que o CGIE – ‘Consiglio Generale degli Italiani all’Estero’ e os Comites – ‘Comitati degli Italiani all’Estero’ produzam, até novembro próximo, uma proposta de nova forma de votação para os italianos no exterior. “Agora é o momento certo, é o  momento tão esperado por todos nós”, disse ele, acrescentando que “estamos trabalhando para apresentar essa proposta”.