Occhipinti deixa a chefia de gabinete de Ricardo Merlo por questões familiares. Em seu lugar, assume o diplomata Stefano Ravagnan

Menos de três meses após ter assumido, Nicola Occhipinti demitiu-se do cargo de chefe de gabinete do subsecretário para os italianos no mundo do Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional, Ricardo Merlo. Em seu lugar assumiu o diplomata Stefano Ravagnan, que há pouco tempo era o embaixador da Itália no Casaquistão.

A informação foi confirmada pelo próprio senador Ricardo Merlo no início da noite, explicando que Occhipinti deixou a função para tratar de assuntos familiares mas permanecendo como “uma espécie de consultor para assuntos relacionados à rede consular”.

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Occhipinti fora nomeado para o cargo como “um sinal claro” – segundo definia o senador Merlo – sobre como deveria ser sua atuação em relação à comunidade italiana fora da Itália, em clara referência à empatia criada com a comunidade ítalo-gaúcha pelo ex-cônsul da Itália em Porto Alegre. Occhipinti enaltecia sempre o valor das comunidades italianas no exterior, que considerava um “inestimável recurso” para a Itália.

“Todos conhecem – dizia Marlo – o trabalho que ele [Occhipinti] desenvolveu, principalmente no que diz respeito às filas e à atenção consular. Além disso, eu o conheço há muito tempo e me parece que foi uma escolha que dá um sinal claro de como eu imagino trabalhar neste novo governo da república italiana”.

Segundo Merlo, a decisão da saída de Occhipinti foi tomada em comum acordo, depois que o ex-cônsul descobriu possuir uma filha de oito anos que agora irá morar na Itália e “tem necessidade de mais tempo para estar com ela, não podendo assumir um trabalho estressante como o nosso; ele achou melhor assim, mas continuará como um conselheiro externo à secretaria para tudo aquilo que diz respeito à rede consular”, disse Merlo a Insieme.

Foi Occhipinti quem noticiou por primeiro, através de um curto vídeo, a retirada, na primeira versão do chamado “Decreto Salvini”, das referências que limitavam a transmissão da cidadania italiana “iure sanguinis” à segunda geração de descendentes. Fontes consultadas por Insieme, entretanto, não confirmaram se a saída dele tem alguma ligação com o texto final aprovado do mesmo decreto, que alargou para quatro anos o prazo para o atendimento dos pedidos realizados junto aos Municípios e Consulados italianos.

Segundo a exposição feita ela diplomata Elisabetta Belloni perante a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, a inclusão desse novo prazo teria sido obra da Farnesina, em nome da qual Belloni solicitou, inclusive, a proteção do Parlamento para cônsules e vice-cônsules que não conseguem cumprir os prazos estabelecidos pela lei e que, por isso, estão sendo denunciados.

ATUALIZAÇÃO 17/10/2018, 16H30MIN: Em contato com a redação de Insieme, Nicola Occhipinti explicou que “já se sabia que minha filha existia. Sabia disso também o Senador. A grande novidade é que a mãe aceitou trazê-la para a Itália no começo de dezembro.  Portanto, devo recuperar um vazio de oito anos. Por isso devo dedicar 100% do meu tempo até março”.

Occhipinti acrescentou também palavras de elogio a Merlo: “o subsecretário senador Merlo foi um ‘galantuomo’, entendeu e eu serei sempre grato a ele pela confiança que depositou em mim, além de sua estima. Foram três meses fantásticos. A escolha da licença, entretanto, é inevitável”.