“Nós queremos soluções permanentes”, disse o organizador do protesto do dia 12 último diante do Consulado Geral da Itália em São Paulo, Daniel Taddone, ao fazer uma análise do resultado da manifestação que considerou “muito positiva”.

Taddone, que é também presidente do Comites – ‘Comitato degli Italiani all’Estero’ do Re cife, além de falar dos objetivos alcançados, carregou críticas contra a atividade dos três parlamentares ítalo brasileiros que “estão lá há cinco anos”, e que agora “estão desesperados porque criaram uma taxa e essa taxa sumiu, foi confiscada pelo próprio governo do qual fazem parte”.

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Ele se referia à taxa dos 300 euros, em vigor desde 9 de junho de 2014, e que é cobrada sobre cada pedido de reconhecimento da cidadania italiana ‘iure sanguinis’. “Não adianta agora perceber que fomos enganados”, disse Taddone, aduzindo que pode-se “entender até as boas intenções”, porém, “o resultado prático até aqui foi zero”.

A taxa foi criada com a promessa de gerar recursos para reforçar a estrutura consular da Itália que, segundo algumas análises, perdeu pelo menos mil funcionários nos últimos dez anos, além de congelamento salarial e de inúmeros outros cortes no atendimento às comunidades italianas no exterior. Uma lei proposta pelo deputado Fabio Porta estabeleceu, no final do ano passado, que 30% dos recursos arrecadados por essa taxa deveriam reverter aos consulados a partir do início deste ano, mas até agora só existem promessas reiteradas de que os recursos estariam sendo libertados.

“Não queremos esmolas ou migalhas”, protesta Taddone, apontando para o volume de manifestantes que compareceu na Avenida Paulista. “Essa manifestação é muito importante porque acredito que agora esses parlamentares ouviram a voz” da grande comunidade ítalo brasileira, que é bem maior do que os cerca de 500 mil regularmente inscritos nos consulados.

Ao agradecer a todos que compareceram, Taddone diz que esta foi “apenas uma batalha da grande guerra”, que continua. “Uma batalha, que não é contra as pessoas bem intencionadas que trabalham nos consulados”, e que “foi vencida apesar das críticas”. E para esses críticos, ele manda um recado: “A era antiga acabou. Como será, não sei, mas eleições como as que aconteceram no passado, com caciques, isto não vai mais existir (…) nossa cavalaria está pronta e vamos combater o bom combate”.