Encerra-se às 16 horas de quinta-feira próxima o prazo para que cheguem aos consulados italianos as cédulas eleitorais votadas pelos eleitores da Circunscrição Eleitoral do Exterior. Votos que chegarem pós este horário não serão computados. Para evitar que isso ocorra, em Santa Catarina surgiu uma solução inédita: os retardatários não precisarão vir até Curitiba, sede do consulado, para trazer seu voto; podem depositá-lo em urnas dispostas nas sedes das Câmaras de Vereadores de algumas cidades com maior número de eleitores.
A iniciativa é do conselheiro da Câmara Ítalo-Brasileira de Indústria e Comércio de Santa Catarina, Diego Mezzogiorno que, com outros diretores, recolherá essas urnas e as transportará até Curitiba, em tempo para que possam ser computadas. As urnas coletoras estão dispostas nas sedes das Câmaras Municipais de Itajaí, Urussanga, Brusque, Blumenau, Florianópolis, São José, Balneário Camboriú, Tubarão e Joinville.
Segundo Mezzogiorno, “amanhã à noite, a hora que fechar a sessão, pois a maioria das Câmaras tem sessão à noite, passaremos e colheremos as urnas para imediatamente transportá-las a Curitiba”. Quem recebeu o material para votar com atraso ou, por qualquer motivo deixou para votar depois, segundo Mezzogiorno, tem agora a última chance de fazer valer seu direito, escolhendo seus candidatos ao Parlamento italiano.
Dentro do procedimento normal, cada eleitor, ao receber o envelope eleitoral, deveria devolver via correios o envelope de retorno pré-selado para que este chegasse em tempo nos consulados. Por diversos motivos – inclusive nos casos do pedido de uma segunda via por parte do eleitor – esse prazo pode não ser suficiente para a volta em tempo das cédulas votadas aos consulados. Se alguém deixou de votar, esqueceu ou, deliberadamente não votou (o voto não é obrigatório) mas depois mudou de ideia, agora há uma segunda chance: entregar diretamente o voto nos consulados. “Para evitar viagens mais longas, a oportunidade oferecida pela iniciativa que tomamos em Santa Catarina pode ser uma solução para esses casos”, explica Mezzogiorno.
Nem esta, nem qualquer outra solução, entretanto, existe para os casos de eleitores que, mesmo tendo votado em eleições ou referenduns anteriores, não estejam nas listas oficiais fornecidos pelo Ministério do Interior. Estes – calculados em cerca de 30 mil eleitores em todo o Brasil – ficarão sem poder exercer seu direito de voto. Segundo informam os consulados, a lista é baseada em informações fornecidas pelos Comunes (municípios) italianos, onde cada cidadão-eleitor é inscrito. Dependerá desses Comunes a correção do cadastro, mas, como a eleição no exterior termina quinta-feira, não há tempo hábil para qualquer correção.