Além da solução para o problema das filas da cidadania e dos passaportes, é preciso acabar com a discriminação que as mulheres sofrem no campo da transmissão da cidadania por direito de sangue, disse ontem o senador Ricardo Merlo (Maie) ao anunciar o voto de confiança no governo de Giuseppe Conte, formado para administrar um contrato celebrado entre ‘Lega’ e ‘Movimento 5 Stelle’.
Conte obteve a aprovação no Senado com com 171 votos favoráveis, 117 contrários e 25 abstenções. O também senador pela América do Sul, Adriano Cario, votou igualmente a favor do novo governo. Amanhã será a vez do pronunciamento da Câmara dos Deputados, onde as duas forças políticas ligadas pelo contrato têm maior folga sobre os partidos que lhe fazem oposição.
O senador Merlo lidera a única força política fora da Lega e M5S a apoiar o novo governo porque, segundo repetiu em seu discurso hoje, estando no Parlamento desde 2008, essa é a primeira vez que surge a promessa de uma política para os italianos no Exterior.
“Apreciamos e concordamos com as palavras do Presidente do Conselho”, disse Merlo, ao falar em seus dois minutos para justificativa de voto. “Infelizmente sempre estivemos na oposição porque numca houve uma política séria para os italianos no exterior”, onde vivem “cinco milhões” com “questões importantes por resolver”.
“Temos – disse Merlo – uma rede consular destruída. Para agendar um processo de cidadania alguns consulados indicam a data de 2023 ou 2025, uma vergonha! Para renovar um passaporte, uma pessoa que precisa viajar, deve esperar um ano”.
O presidente do Maie disse que “precisa eliminar ainda duas discriminações”. “A primeira é que, infelizmente, existe um grande número de mulheres que não podem transmitir a cidadania no exterior pelo fato de serem mulheres e isto se resolve com uma lei a custo zero e nunca foi feito isso”.
A segunda discriminação, segundo Merlo, “que é preciso eliminar é que os italianos no exterior são os únicos italianos que pagam o IMU sobre a primeira casa, uma outra vergonha”. E acrescentou: “Nossas Câmaras de Comércio – o made in Italy – ligadas às nossas comunidades foram abandonadas, renunciando assim a uma grande oportunidade para a Itália”.
Dessa vez, disse ainda Merlo, “vemos que esses assuntos foram inseridos no contrato de governo”, onde consta “um projeto programático para uma séria política para os italianos no exterior”. O senador disse concorda “também e sobretudo” com “a mudança de paradigma descrito no contrato de governo e estamos convencidos que, para reforçar a Europa, é necessário uma mudança profunda. Por todas essas razões – finalizou Merlo – votaremos pela confiança no governo”.
No site do Senado, consta transcrito o seguinte discurso de Merlo: ‘Signor Presidente, noi del Movimento associativo italiani all’estero (MAIE) abbiamo apprezzato e condiviso le parole del Presidente del Consiglio. Siamo in Parlamento dal 2008, purtroppo siamo sempre stati all’opposizione, perché mai c’è stata una seria politica per gli italiani all’estero.
I cinque milioni di italiani all’estero hanno delle questioni importanti da risolvere. Abbiamo una rete consolare distrutta. Per chiedere un appuntamento di cittadinanza in alcuni consolati ci danno il turno per il 2023 o 2025, una vergogna! Per rinnovare un passaporto, una persona che deve viaggiare deve aspettare un anno.
Bisogna eliminare ancora due discriminazioni. La prima è che, purtroppo, c’è una grande quantità di donne che non possono trasmettere la cittadinanza all’estero per il fatto di essere donne e questo si risolve con una legge a costo zero e mai è stato fatto. La seconda discriminazione che bisogna eliminare è che gli italiani all’estero sono gli unici italiani che pagano l’IMU per la prima casa, un’altra vergogna. Le nostre camere di commercio – il made in Italy – legate alle nostre comunità sono state abbandonate, rinunciando così ad una grande opportunità per l’Italia.
Questa volta vediamo invece che questi argomenti sono stati inseriti nel contratto di Governo. Nel contratto c’è una prima bozza programmatica per una seria politica per gli italiani all’estero.
Condividiamo anche e soprattutto il cambio di paradigma impostato nel contratto di Governo e siamo convinti che per rafforzare l’Europa bisogna cambiarla profondamente.
Per tutti questi argomenti, voteremo a favore della fiducia. (Applausi dal Gruppo Misto-MAIE)”.