Foto Cedida/FB/Insieme

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Representantes da comunidade italiana no Brasil que compareceram em Brasília, na reunião do “Sistema Itália”, sobre cujos resultados pouco se sabe até o momento.

CURITIBA – PR – O Brasil tem 296.522 eleitores italianos regularmente inscritos no Anagrafe – o registro eleitoral dos italianos que vivem no exterior – mas se a eleição para a renovação dos Comites devesse acontecer, como estava previsto, em 19 de dezembro próximo, somente poderiam votar 26.672 cidadãos – isto é, pouco menos de 9%.
É este talvez o dado mais relevante exibido aos representantes no Brasil do CGIE – Consiglio Generale degli Italiani all’Estero e aos presidentes de Comites – Comitati degli Italiani all’Estero durante a reunião do “Sistema Itália” no Brasil, realizada em Brasília, no sábado que passou e sobre a qual pouco ou nada – como sempre ocorre – é divulgado formalmente. O encontro reúne também os cônsules italianos que operam no Brasil, Centros de Cultura e representantes das Câmaras de Comércio ítalo-brasileiras, entre outros.
A última reunião foi convocada pelo embaixador Raffaele Trombetta tendo por pauta, entre outras coisas, uma análise do processo eleitoral para os Comites, que foi adiado para o ano que vem em função da constatação,  por parte do governo italiano, da baixíssima afluência dos eleitores em todo o mundo, diante da exiguidade dos prazos antes impostos por decisão do Conselho de Ministros. Pelos dados divulgados, constata-se agora que a comunidade italiano na Brasil estava bem à frente dos cerca de 2% de participação anunciado como média mundial pelo governo italiano ao decidir pelo novo adiamento das eleições.
Agora – se nada de novo acontecer – os cidadãos italianos já inscritos no Aire poderão continuar, até o dia 17 de março, a realizar a obrigatória “pré-inscrição” para o exercício do voto, através do requerimento, acompanhado de fotocópia de documento pessoal, do envio do material eleitoral para suas residências. As cédulas com os votos deverão retornar aos consulados até o final do dia 18 de abril.
A reunião de Brasília foi convocada também para uma avaliação das atividades dos Comites ao longo dos últimos mais de dez anos, prazo em que foram mantidos nos cargos, através de sucessivas prorrogações, os conselheiros eleitos no distante 2004 para um mandato certo de cinco anos. Sobre esse item, assim como os demais da pauta, que incluia também a programação do Ano da Itália na América Latina, que ocorre ano que vem, Insisme não conseguiu apurar nada.
Segundo foto postada nas redes sociais, compareceram todos os presidentes de Comites do Brasil (Adriano Bonaspetti, do Rio Grande do Sul), Gianfranco Cantoni (de Curitiba), Rita Blasioli (de São Paulo), Franco Perrotta (do Rio de Janeiro), Salvador Scalia (do Recife) e Silvia Alciati (de Belo Horizonte), dois dos quatro representantes no CGIE (Walter Petruzziello e Antonio Laspro – teriam faltado Mario Araldi, de Belo Horizonte, e Claudio Pieroni, que faleceu dias antes)  mais o deputado Fabio Porta, que foi, assim, o único dos trê4s ítalo-brasileiros no Parlamento Italiano.
A única informação disponível sobre o que ocorreu no encontro de Brasília e o contido num “comunicado à imprensa” expedido pelo deputado Fabio Porta em que ele informa que do “Intercomites do Brasil saiu uma clara oposição a uma eventual reabertura dos prazos para a apresentação de novas chapas” para as eleições e que “os quatro meses adiamento concedidos pelo governo italiano devem ser utilizados da melhor forma possível para incentivar a participação dos eleitores”  no processo eleitoral interrompido quando já se encontrava em meio caminho.
Na mesma nota, Fabio rotula como “extraordinário” o índice de participação dos eleitores até aqui demonstrado diante do novo processo que obriga os eleitores já inscritos no Aire a realizar nova inscrição para receber o material eleitoral. Esse número, no geral, está em torno de 5%, devido à baixa participação demonstrada em países europeus, um fato que deveria, segundo ele, estimular uma “mais ampla reflexão sobre a crise” e sobre a “necessária reforma desses organismos democráticos”. Lembra-se que todos os adiamentos havidos a partir de 2009, quando venceu o mandato dos atuais conselheiros, tinham como motivo a necessidade dessas reformas, até aqui não realizadas.
Sem outros dados, a nota de Fabio encerra dizendo que o encontro foi concluído “depois de uma igualmente aprofundada discussão sobre a nova presença italiana no Brasil e sobre projetos bilaterais de integração cultural e linguística”.
A seguir, os dados eleitorais que Insieme conseguiu obter à condição de não citar a fonte (a tabela, entretanto, não tem a fonte em que se baseia):

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A tabela informa o número de eleitores regularmente inscritos em cada circunscrição consular e o número de eleitores que solicitaram, até o dia 19 de novembro, o material para votar.