(Português BR) Legislativo catarinense pede ao governo que ceda espaço a consulado italiano em Florianópolis. Camboriú e Chapecó também se manifestam

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Três manifestações importantes no movimento para a abertura de um consulado italiano de carreira em Santa Catarina: enquanto as Câmaras Municipais de Balneário Camboriú e Chapecó aprovam documento a ser encaminhado às autoridades italianas reivindicando a “melhoria dos serviços consulares prestados à população catarinense” e a “abertura de um consulado” no Estado, na Assembleia Legislativa, o plenário aprovou moção ao governador Raimundo Colombo dando notícia de que não só apoia o pedido como é plenamente favorável à cessão de “um espaço físico adequado” ao funcionamento da representação italiana.

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A moção da Alesc, que atende a iniciativa dos deputados Silvio Dreveck, presidente, e do deputado Cleiton Salvaro, foi aprovada hoje, enquanto a manifestação de Balneário Camboriú, de iniciativa do vereador André Furlan Meirinho, é do dia 10 de novembro. A de Chapecó, em termos semelhantes, ocorreu no último dia 15. Segundo Diego Mezzogiorno, conselheiro da Câmara Ítalo Brasileira de Comércio e Indústria de SC e líder do movimento pró-consulado da Itália em Florianópolis, o objetivo é obter do Governo do Estado a manifestação formal favorável já antecipada pela Casa Civil, nos mesmos moldes do que ocorreu no Estado do Espírito Santo, que também reivindica um consulado italiano para Vitória. Anteriormente, a Câmara Municipal de Florianópolis já aprovara moção no mesmo sentido.

Segundo a moção da Alesc, “existe, hoje, no município de Florianópolis, somente um consulado honorário, no qual não é possível obter vistos ou efetivar o reconhecimento da cidadania italiana, e para resolver essas questões os catarinenses precisam viajar até o município de Curitiba”.

Em julho passado – assinala o texto da justificativa da moção -, “os catarinenses com descendência italiana inscritos no Anágrafe dos Italianos Residentes no Exterior (Aire) viveram uma experiência diferente promovida pelo Consulado-Geral da Itália no município de Curitiba. Em vez de os interessados irem ao Paraná solicitar passaporte, o Consulado veio até Santa Catarina, adiantando questões burocráticas para quem tinha o direito à dupla cidadania”.

“Para viabilizar a instalação de um consulado italiano no Município de Florianópolis é necessária – diz ainda o texto – a cessão de um espaço físico adequado por parte do Governo Estadual”. Assim, a moção aprovada para encaminhamento ao governador do Estado tem o seguinte teor: “A Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, acolhendo proposição dos deputados Silvio Dreveck e Cleiton Salvaro, manifesta apoio à instalação de um consulado italiano de carreira no Estado de Santa Catarina, bem como a cessão de um espaço físico adequado para tal, por parte do governo estadual”.

Já a “moção de apelo à Embaixada da Itália no Brasil” do vereador André Furlan Meirinho, pedindo “que esta encaminhe ao Parlamento Italiano, solicitando a abertura de um Consulado Italiano em Santa Catarina, assim como a melhoria dos serviços consulares prestados à população catarinense”, tem o seguinte conteúdo: “Manifesto-me a fim de requerer o envio do presente Requerimento à Embaixada da Itália no Brasil e que esta encaminhe ao Parlamento Italiano, solicitando a abertura de um Consulado Italiano em Santa Catarina, assim como a melhoria dos serviços consulares prestados à população catarinense”.

Como justificativa, o vereador assinala que “atualmente estima-se que cerca de 67% da população catarinense tem alguma origem sanguínea da Itália”, e historia que “a imigração italiana para o Estado de Santa Catarina iniciou ainda no século XIX, com origem principalmente do norte da Itália, como as regiões de Vêneto, Lombardia, Friul-Veneza Júlia e Trentino-Alto Ádige, assim como da região de Sardenha. Tem-se registros de que em 1836 foi fundada a primeira colônia italiana catarinense, a Nova Itália, que compreende atualmente o Município de São João Batista”.

“Mas foi – prossegue o texto – a partir de 1875 que a imigração se intensificou, com a fundação de outras colônias que compreendem os Municípios de Rio dos Cedros, Ascurra, Apiúna, Nova Trento, Luiz Alves e Criciúma, entre muitos outros, assim ampliando e alterando consideravelmente o perfil populacional do Estado. Inclusive, milhares de gaúchos, entre eles muitos descendentes italianos, migraram para Santa Catarina, instalando-se em várias outras localidades do Estado, sendo grande parte no oeste do Estado”.

“Dada a ampla difusão dos italianos no território catarinense, estima-se – continua a justificativa – que mais de 4,5 milhões de catarinenses detêm hoje o direito à cidadania italiana. Ocorre que a obtenção desta cidadania somente se dá por meio de pedido a consulados italianos em cidades próximas, como em Curitiba/PR e Porto Alegre/RS, levando em média mais de 10 anos para sua conclusão. Neste sentido, há uma ampla demanda por parte da sociedade catarinense, que é o estabelecimento de serviços consulares italianos no Estado de Santa Catarina, para que os processos de concessão de cidadania, emissão de passaporte, registros, serviços cartoriais, eleitorais, dentre outros, beneficiando todos os cidadãos e cidadãs catarinenses. Neste sentido – conclui o texto -, apelamos que instituam o Consulado Italiano em Santa Catarina”.