u CURITIBA – PR – Um movimento com a pretensão de englobar num grande grupo de discussões as pessoas com direito à cidadania italiana ius sanguinis que não conseguem atendimento pelos consulados em toda a América Latina está sendo formado depois que os serviços de autenticação (as chamadas “legalizações” de documentos) foram suspensos como medida “cautelar” pelos principais consulados do Brasil. “Certamentoe já chegou a hora desse assunto ser tratado com uma atitude mais contundente por parte dos que têm direitos e que são dificultados pela burocracia e muitas vezes por má gestão” escreveram correspondentes como Luiz F.Taranto, ao aderir o movimento. “Na verdade – disse ele – o que queremos e o que temos que apoiar são os direitos dos descendentes em adquirir a cidadania. É lógico também que, ao lutar por esses direitos, devemos cumprir com nossos deveres e que todos sejam atendidos”.

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A idéia é incentivar o debate através da Internet e no seio das entidades de representação (associações, Comites, etc.), mas também de realizar manifestações físicas diante dos consulados. Até a data para uma primeira manifestação já está em cogitação:2 de junho, o dia consagrado à República Italiana. A idéia é fazer isso diante dos seis consulados que operam no Brasil, mas, segundo Cláudio Pieroni, conselheiro do CGIE pelo Brasil, seria muito bonito e que “que força teria esta manifestação se nos apresentássemos todos unidos em torno de uma causa comum a toda a comunidade italiana da América Latina”.

O tema foi abordado seguidas vezes pela revista Insieme que, na edição de fevereiro, publicou fotos de página inteira com pessoas dormindo sobre colchões às portas do edifício em que funciona o Consulado Geral de Curitiba. Sob o título “humilhante”, a revista constatou que existiam pessoas que permaneceram na fila até seis dias seguidos para lograr atendimento. Uma cópia da edição da revista foi entregue ao presidente do Conselho de Ministros do gov erno italiano, Romano Prodi, quando esteve no Brasil recentemente, pelo conselheiro do CGIE Walter Petruzziello. Segundo se informa, cerca de 500 mil pessoas interessadas no reconhecimento da cidadania italiana aguardam atendimento perante os consulados da Itália no Brasil e alguns deles, como o de Curitiba, estão fechados para novos pedidos. No caso de Curitiba, este bloqueio vem desde 2005.