A ex-deputada Renata Bueno confirmou sua “parceria” com o polêmico advogado Luis Scarpelli para reforçar combate à chamada “máfia da cidadania” – ou “dos coiotes” – que estaria operando na Itália e no Brasil. “Tudo aquilo que é investigação, que favorece o buscar saber o que está acontecendo, terá sempre o nosso apoio”, disse ela a Insieme ao final de uma palestra promovida por seu “Instituto da Cidadania Italiana” no último dia 11, em um hotel central de Curitiba.
De seu lado, Scarpelli – que apresentou denúncias junto a diversos órgãos público federais no Brasil, tendo a Procuradoria Geral da República em Brasília remetido inquérito para Curitiba – observou ter atuado até aqui “sozinho contra a máfia”, mas agora “ela [Renata] vai sim nos ajudar e apoiar nossas ações”. “Vamos nos reunir para ajustar varias ações contra a máfia”, disse o advogado, acrescentando: “ela fará denúncias junto comigo e assinará junto também. Está mesmo disposta a combater a máfia de verdade. A corrente do bem precisa de apoio. E ela quer ajudar. Acredito nisso”.
Segundo Renata Bueno, o Instituto funciona há cerca de quatro anos (foi fundado em 2014 NR) e “faz parte de uma vida parlamentar”. Quando deputada – disse ela – “desde o início sempre tive inúmeras solicitações e informações sobre cidadania, juntamente porque os consulados não dão conta de atender tamanha demanda; muitas assessorias fraudulentas, muitos golpes contra pessoas que queriam buscar seus acessos ao direito, então é um instituto que nasce durante o meu mandato, onde pessoas se organizam para dar suporte a tamanha demanda”.
A ex-parlamentar observa que sempre fez “muitas denúncias contra golpes e contra consultorias fraudulentas e também sempre interroguei muito o governo sobre atividades com dificuldade de exercício dentro do funcionalismo público que deveria dar mais atenção a esse tipo de cidadania”. Entre suas ações, assinala que “criamos o apostilamento durante o meu mandato”, como um esforço “para tentar diminuir as filas”. Então “é uma luta que continua”, diz Renata Bueno.
“As pessoas continuam buscando o nosso apoio” – prosseguiu, argumentando que “perante tamanhos escândalos que estão acontecendo, de uma grande máfia que existe no Brasil para fazer as cidadanias italianas, as pessoas acabam procurando a mim e a nossa equipe justamente buscando alguém que possa dar um apoio e uma assessoria de confiança”. Daí a ideia de “realizar algumas palestras para passar para as pessoas informações corretas e de como se trata um devido processo legal de reconhecimento da cidadania”.
Na palestra que Insieme assistiu, a ex-parlamentar – juntamente com mais duas pessoas, entre elas uma advogada – informa sobre os caminhos para a obtenção do reconhecimento da cidadania italiana por direito de sangue e por casamento junto aos consulados, onde a espera é “entre 12 e 15 anos”; na própria Itália lá residindo por um tempo (o prazo dado é de, pelo menos, 45 dias “depois dos documentos prontos”); e através de processo judicial (o prazo fornecido está em torno de dois anos).
O Instituto que, conforme Renata Bueno, não tem fins lucrativos. Segundo se informou na palestra, trabalha “há anos” em conjunto com “um dos maiores escritórios de advocacia de Roma” e, por isso, a via judicial é considerada, pela sua “praticidade”, um caminho melhor a ser seguido, enquanto pode atender num só processo os integrantes de famílias inteiras. Durante a palestra houve questionamento sobre os valores cobrados: cada caso precisa ser analisado individualmente, mas o custo estaria na casa dos quatro mil euros como valor médio, sem esclarecer se por pessoa ou por processo.