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A possibilidade de indicação de um segundo endereço para a entrega dos envelopes eleitorais na ficha-modelo de pedido de inscrição na lista eleitoral para as eleições dos Comites – ‘Comitati degli Italiani all’Estero’ estaria induzindo candidatos a cometerem uma fraude eleitoral sem precedentes: indicar endereços através dos quais terceiros poderão votar em lugar dos cidadãos eleitores, garantindo assim o voto e também a tempestividade do voto.
A denúncia foi feita à redação da revista Insieme na tarde de hoje por duas fontes distintas, indicando inclusive o nome de pessoas e lugares pretensamente envolvidos num estranho e futuro processo de “coleta de envelopes eleitorais”. As coisas estariam acontecendo mais ou menos assim: O candidato, ou cabo eleitoral do candidato ou chapa, entra em contato com o eleitor, seu amigo, e combina com ele o endereço a ser indicado na ficha. O eleitor é procurado, preenche e assina o pedido de próprio punho e, daí para frente, não mais precisa se preocupar com nada. O voto estará garantido e devolvido ao consulado em tempo hábil.
Segundo o relato ouvido por Insieme, a ideia surgiu no desenrolar da campanha dos candidatos e diante da constatação de que boa parte do eleitorado tem desinteresse e dificuldades em realizar a inscrição para o voto (a chamada ‘inversão de opção’). Essa inscrição deve ser realizada até o próximo dia 3 de novembro, condição indispensável para o exercício do voto, cujo prazo final de recepção pelos consulados é 3 de dezembro.
É sabido que no meio italiano existem muitas pessoas e escritórios que centralizam informações sobre eleitores, uma vez seus clientes durante o processo de orientação ou encaminhamento da documentação para o reconhecimento da cidadania (no caso de assessorias ou escritórios de cidadania) ou prestação de algum serviço social (no caso de ‘patronatos’ ou mesmo associações de natureza diversa). Sempre que há algum processo de votação, esses clientes procuram se informar como proceder, ou são procurados para garantir apoio a candidatos.
Já em processos eleitorais anteriores existiram denúncias de votos “recolhidos em bloco” para devolução aos consulados. Com o endereço alternativo possível “esse jeitinho para garantir o voto ficou mais fácil para espertos e inescrupulosos”, disse fonte da Revista Insieme. “É preciso que durante o processo de apuração dos votos, os escrutinadores fiquem de olho nos endereços, pois poderão aparecer muitos endereços semelhantes”, disse outra fonte.
Consultado sobre a denúncia, o advogado Walter Petruzziello disse que “A pessoa pode pedir “quero que o envelope eleitoral seja enviado para endereço diferente daquele que consta no consulado”. No entanto se forem observadas situações em que muitos envelopes de pessoas diferentes são direcionados para um mesmo endereço, será feito uma verificação e enviados ao endereço original”.
