O presidente do Conselho de Ministros da Itália, Giuseppe Conte, e o vice-ministro Matteo Salvini (Lega), entre outros, devem integrar uma comitiva oficial de visita ao Brasil já no mês de fevereiro próximo. É o que informa o deputado ítalo-brasileiro Luis Roberto Lorenzato durante tele-entrevista em que comentou a chegada, esta manhã, em solo italiano do terrorista Cesare Battisti, conduzido da Bolívia para Roma durante a noite que passou, depois de ter sido preso na cidade de Santa Cruz de la Sierra na noite de sábado.

Lorenzato apenas não precisou a data da visita, mas confirmou que está sendo organizada uma agenda de pelo menos três dias de visita ao Brasil das autoridades italianas. O fato ocorreria já dentro do novo clima de distensão no relacionamento entre a Itália e o Brasil, consequência da captura bem sucedida do sentenciado Battisti. O presidente Jair Bolsonaro também foi convidado para visitar a Itália.

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“Nunca o relacionamento Itália-Brasil esteve tão estreito quanto agora”, disse Lorenzato. “A Itália mudou, e o Brasil também mudou”, disse ele, fazendo críticas a governos anteriores de ambos os lados. “O Brasil não é mais a ilha paradisíaca que dá refúgio a criminosos”, diss

Como o único parlamentar italiano convidado para testemunhar o retorno ao solo italiano do ex-fugitivo da justiça, Lorenzato descreve os momentos em que passou na área reservada do aeroporto de Ciampino, em Roma, esta manhã. “Justiça foi feita”, disse o parlamentar que encaminhou a Insieme um texto em italiano em que define como “longo, cordial e construtivo o telefonema entre o presidente [Jair] Bolsonaro e o ministro [Matteo] Salvini.

O deputado ítalo-brasileiro Luis Lorenzato com o vice-ministro Matteo Salvini que fala ao telefone com o presidente Bolsonaro, esta manhã, no Aeroporto Ciampino, em Roma. (Foto Cedida)

“Reafirmei – diz Salvini no texto – o grande agradecimento em nome de 60 milhões de italianos por nos ter permitido fechar positivamente o caso Battisti e nos comprometemos a nos encontrar no Brasil ou na Itália para reforçar os laços entre nossos povos, nosso governo e nossa amizade pessoal”.

Lorenzato explica na tele-entrevista por vídeo que a decisão de levar Battisti diretamente da Bolívia para Roma, sem passar pelo Brasil (a hipótese tinha sido aventada pelo governo brasileiro), foi tomada em comum entendimento entre os governos da Itália, do Brasil e da própria Bolívia, onde o terrorista, fugido do território brasileiro, já antes do Natal havia solicitado asilo político.

A prisão de Battisti depois de um longo tempo de fugas e manobras de todo tipo, demonstra apenas que “o crime não compensa”, diz o parlamentar, que explica também seu empenho pessoal na solução do caso.