Admitindo que, de fato, existe polêmica sobre a escolha dos quatro ‘cooptados’ que integrarão o Comites – ‘Comitato degli Italiani all’Estero’ da circunscrição consular de Curitiba, o ex-presidente do órgão, advogado Luis Molossi, dirigiu “uma mensagem” aos conselheiros eleitos no início de dezembro último para que “pensem no equilíbrio regional”, decidindo “sem concentração de nomes em apenas uma região”.

Segundo Molossi, o território dos dois Estados é extenso, e pelo resultado eleitoral de dezembro, foram eleitos 11 conselheiros de Santa Catarina e apenas um do Paraná. “O Paraná precisa recuperar espaço”, raciocina ele, indicando que, entretanto, é necessário considerar também a “capacidade e desempenho” dos candidatos que foram apresentados.

PATROCINANDO SUA LEITURA

Os 12 conselheiros eleitos vão escolher sábado pela manhã, em Laguna-SC, quatro dos nove nomes formalmente indicados por associações italianas dos dois Estados. Os escolhidos terão direito a voz e voto da mesma forma que os conselheiros eleitos pelo voto direto, embora sejam cidadãos ítalo-brasileiros sem, ainda, o reconhecimento formal da cidadania italiana.

Molossi, que foi também o coordenador da chapa majoritária, além de falar sobre o último “capítulo” da formação do Comites, discorreu também sobre as articulações que já estão em curso sobre a escolha dos quatro delegados brasileiros junto ao CGIE – ‘Consiglio Generale degli Italiani all’Estero’.

Disse que, por ora, ‘Italianità in Movimento’ tem já dois candidatos definidos: Daniel Taddone e Walter Petruzziello. No próximo dia 5 de fevereiro, em reunião que ocorrerá em São Paulo, serão oficializados os nomes. A abertura de uma quarta vaga para o Brasil aumenta as chances de indicar mais candidatos. Molossi nega que será candidato ao CGIE.

O advogado reconhece que existiram acordos pré-eleitorais envolvendo a indicação de cooptados, mas a realidade que saiu das urnas e, principalmente, o grande número de interessados às quatro vagas deve também pesar na hora da decisão. O Sul do Estado, por exemplo, elegeu cinco conselheiros e algumas pessoas advogam promessas de campanha para a indicação de mais representantes.

Molossi não vê na reivindicação por mais nomes em áreas que já elegeram seus representantes um mal, pois afinal “é do jogo político” e ganha a eleição quem tem mais voto. Entretanto, “deixo uma mensagem aos eleitos para que pensem nisso: 1º , cobertura regional; dar a possibilidade que PR e SC, que é um território enorme, tenham representantes, naturalmente com capacidade, mas que não sejam concentrados numa só região”.

O ex-presidente do Comites saudou como positivo o interesse de participar por parte de expoentes do mundo Talian, com candidatos ativos nesse setor. Ele se refere também à posição do único conselheiro reeleito, o também advogado Elton Stolf, que vem defendendo critérios técnicos (e não políticos) para a escolha dos cooptados.

É preciso eleger pessoas com capacitação, mas também “que não estejam concentrados em apenas uma região” disse Molossi, argumentando que isso, em sua opinião, às vezes “um acaba atrapalhando o outro”. Entretanto, Molossi observa que agora ele é apenas um ex-presidente, e que “a decisão agora está com os eleitos”.

Segundo Insieme conseguiu apurar, os nove candidatos inscritos são André Fernando dos Reis Trindade, de Londrina-PR; Cezar Augusto Culpi, de Curitiba-PR; Delcio Luiz Castanharo Filho, de Ponte Serrada-SC; Fabio Luiz Machioski, de Colombo-PR; Joaciano Eccker, de Corbélia-PR; Juliano Sartor Pereira, de Criciúma-SC; Marcio Fumagalli, de Busque-SC; Neidi Locatelli, de Ipumirim-SC; e Rogério Spillere, de Nova Veneza-SC.