Imagem da "Assemblea Paese" de 2015, durante a qual foram eleitos os representantes do Brasil no CGIE (Foto Desiderio Peron / Arquivo Insieme)

A embaixada da Itália em Brasília já está dando início aos procedimentos que culminarão com a eleição dos novos delegados do Brasil no CGIE – ‘Consiglio Generale degli Italiani all’Estero‘. Comunicado neste sentido foi emitido por Carlo Jacobucci, chefe da Chancelaria Consular e coordenador da rede consular italiana no Brasil. O número de conselheiros do Brasil voltam a ser quatro, em vez dos três atuais.

No comunicado, Jacobucci explica que assim que forem concluídas as fases relativas à renovação dos Comites – ‘Comitati degli Italiani all’Estero’, haverá a convocação oficial para o encontro no qual serão eleitos os novos delegados do Brasil no CGIE. A informação de que o número de conselheiros volta a ser quatro é do ex-conselheiro Walter Petruzzielo. A assembleia deve acontecer antes do dia 23 de abril próximo.

PATROCINANDO SUA LEITURA

Como se sabe, os delegados serão escolhidos pelos recém eleitos conselheiros dos Comites (aí compreendidos também os ‘cooptados’), e mais um número ainda não sabido de representantes das associações italianas, escolhidas pelos Consulados e Embaixada, também não se sabe através de quais critérios.

Os ‘cooptados’ são cidadãos eleitos dentre ítalo-descendentes ainda sem o reconhecimento formal da cidadania italiana. Quem os escolhe serão os conselheiros eleitos pelo voto direto em dezembro último, cuja participação não atingiu nem o percentual de 4% dos eleitores italianos inscritos no Brasil.

A eleição dos delegados ao CGIE acontece – também de forma indireta – na sede da Embaixada, em Brasília, durante um encontro chamado ‘Assemblea Paese’, conforme prevê a normativa em vigor.

Nem todos os Comites, entretanto, elegeram seus ‘cooptados’ (geralmente quatro, à exceção de São Paulo, que já tem acordo pé-eleitoral para as indicações ainda não formalizadas). No Comites de Curitiba, que tem jurisdição sobre o Paraná e Santa Catarina, a eleição estava prevista para o dia 5 de fevereiro próximo, na Capital. Conforme já noticiamos, ela foi antecipada para a manhã do próximo dia 29, e será em Laguna-SC, onde se encontrará também o cônsul geral Salvatore Di Venezia.

Até onde Insieme conseguiu apurar, as articulações para a nomeação dos quatro ‘cooptados’ do Comites de Curitiba não estão acontecendo de forma tranquila. “Há uma ferrenha discussão que coloca em confronto critérios políticos a critérios de ordem técnica”, admitiu o advogado e conselheiro reeleito Elton Stolf.

Pelos tais “critérios políticos”, integrantes da chapa majoritária estariam pretendendo impor um ‘cooptado’ para Brusque, cidade onde já foi eleito um conselheiro, e outro para Nova Veneza, no Sul de Santa Catarina, Estado que elegeu 11 dos 12 conselheiros, quase todos concentrados nas comunidades da orla Leste, enquanto todo o Centro-Oeste e Oeste não tem ninguém.

Já os “critérios técnicos” levantados inicialmente pela chapa minoritária, mas apoiados por outras lideranças, reivindicam distribuição mais equânime de ‘cooptados’ sobre o território da Circunscrição. Tendo em vista que apenas um dentre os conselheiros eleitos é do Paraná (na verdade, de Curitiba), a ideia seria acolher ‘cooptados’ da região de Londrina, no Norte do Estado, e de Cascavel, no Sudoeste, além de pelo menos mais um da Região Metropolitana de Curitiba, possivelmente Colombo.

Além dos interesses pessoais ou de grupos, de promessas de campanha e conveniências pessoais, por detrás de cada indicação, como se sabe, existem negociações tendo em vista tanto o voto para a escolha dos conselheiros do CGIE quanto para futuras eleições parlamentares.

Os atuais conselheiros do Brasil no CGIE são Rita Blasioli (São Paulo), Silvia Alciati (Minas Gerais) e Cesare Villone (Fortaleza-CE). E eleição foi dia 26 de setembro de 2015, em Brasília. Para o próximo período, até agora sabe-se que são candidatos Walter Petruzzielo, Daniel Taddone e Andrea Lanzi.