A embaixada da Itália em Brasília já está dando início aos procedimentos que culminarão com a eleição dos novos delegados do Brasil no CGIE – ‘Consiglio Generale degli Italiani all’Estero‘. Comunicado neste sentido foi emitido por Carlo Jacobucci, chefe da Chancelaria Consular e coordenador da rede consular italiana no Brasil. O número de conselheiros do Brasil voltam a ser quatro, em vez dos três atuais.
No comunicado, Jacobucci explica que assim que forem concluídas as fases relativas à renovação dos Comites – ‘Comitati degli Italiani all’Estero’, haverá a convocação oficial para o encontro no qual serão eleitos os novos delegados do Brasil no CGIE. A informação de que o número de conselheiros volta a ser quatro é do ex-conselheiro Walter Petruzzielo. A assembleia deve acontecer antes do dia 23 de abril próximo.
Como se sabe, os delegados serão escolhidos pelos recém eleitos conselheiros dos Comites (aí compreendidos também os ‘cooptados’), e mais um número ainda não sabido de representantes das associações italianas, escolhidas pelos Consulados e Embaixada, também não se sabe através de quais critérios.
Os ‘cooptados’ são cidadãos eleitos dentre ítalo-descendentes ainda sem o reconhecimento formal da cidadania italiana. Quem os escolhe serão os conselheiros eleitos pelo voto direto em dezembro último, cuja participação não atingiu nem o percentual de 4% dos eleitores italianos inscritos no Brasil.
A eleição dos delegados ao CGIE acontece – também de forma indireta – na sede da Embaixada, em Brasília, durante um encontro chamado ‘Assemblea Paese’, conforme prevê a normativa em vigor.
Nem todos os Comites, entretanto, elegeram seus ‘cooptados’ (geralmente quatro, à exceção de São Paulo, que já tem acordo pé-eleitoral para as indicações ainda não formalizadas). No Comites de Curitiba, que tem jurisdição sobre o Paraná e Santa Catarina, a eleição estava prevista para o dia 5 de fevereiro próximo, na Capital. Conforme já noticiamos, ela foi antecipada para a manhã do próximo dia 29, e será em Laguna-SC, onde se encontrará também o cônsul geral Salvatore Di Venezia.
Até onde Insieme conseguiu apurar, as articulações para a nomeação dos quatro ‘cooptados’ do Comites de Curitiba não estão acontecendo de forma tranquila. “Há uma ferrenha discussão que coloca em confronto critérios políticos a critérios de ordem técnica”, admitiu o advogado e conselheiro reeleito Elton Stolf.
Pelos tais “critérios políticos”, integrantes da chapa majoritária estariam pretendendo impor um ‘cooptado’ para Brusque, cidade onde já foi eleito um conselheiro, e outro para Nova Veneza, no Sul de Santa Catarina, Estado que elegeu 11 dos 12 conselheiros, quase todos concentrados nas comunidades da orla Leste, enquanto todo o Centro-Oeste e Oeste não tem ninguém.
Já os “critérios técnicos” levantados inicialmente pela chapa minoritária, mas apoiados por outras lideranças, reivindicam distribuição mais equânime de ‘cooptados’ sobre o território da Circunscrição. Tendo em vista que apenas um dentre os conselheiros eleitos é do Paraná (na verdade, de Curitiba), a ideia seria acolher ‘cooptados’ da região de Londrina, no Norte do Estado, e de Cascavel, no Sudoeste, além de pelo menos mais um da Região Metropolitana de Curitiba, possivelmente Colombo.
Além dos interesses pessoais ou de grupos, de promessas de campanha e conveniências pessoais, por detrás de cada indicação, como se sabe, existem negociações tendo em vista tanto o voto para a escolha dos conselheiros do CGIE quanto para futuras eleições parlamentares.
Os atuais conselheiros do Brasil no CGIE são Rita Blasioli (São Paulo), Silvia Alciati (Minas Gerais) e Cesare Villone (Fortaleza-CE). E eleição foi dia 26 de setembro de 2015, em Brasília. Para o próximo período, até agora sabe-se que são candidatos Walter Petruzzielo, Daniel Taddone e Andrea Lanzi.