u SÃO PAULO-SP – Um dos mais tradicionais cartões-postais da Cidade de São Paulo, a avenida Paulista será revitalizada depois de 30 anos. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, acompanhado pelo secretário de Coordenação das Subprefeituras e subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, anunciou nesta segunda-feira (23), na sede da Prefeitura, o início dos trabalhos na avenida mais famosa da Capital, que terá suas calçadas, canteiros centrais e paisagismo refeitos, unindo padrão estético, funcionalidade e tecnologia de construção. Dentro de cerca de nove meses, quando as obras estiverem concluídas, a Paulista será a primeira via da Cidade a oferecer acessibilidade total, com a instalação de 200 rampas de travessia, mais largas que as atuais.

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“O foco dessa reforma é a manutenção da Cidade de São Paulo, a recuperação dos equipamentos públicos. As calçadas são de fundamental importância para a qualidade de vida do paulistano. A Prefeitura tem a responsabilidade de zelar pela manutenção das calçadas”, explicou Kassab. “A avenida Paulista, cartão-postal da Cidade de São Paulo, uma das avenidas com maior circulação de pessoas, há muito tempo merecia essa reforma”, completou.

 

Por causa do desgaste sofrido nos últimos 30 anos, as calçadas serão inteiramente renovadas entre a praça Oswaldo Cruz e a rua da Consolação. O novo piso será feito com o que há de mais moderno em tecnologia de construção: pavimento de concreto moldado no local, com juntas de dilatação em latão. Os trabalhos começaram já nesta segunda-feira, do lado direito do trecho compreendido entre a praça Osvaldo Cruz e a rua Teixeira da Silva, no sentido do Paraíso para a Consolação. O projeto é da URB2 Arquitetos e as obras serão executadas pela Engeform, coordenadas pela Subprefeitura da Sé, num investimento de R$ 8,123 milhões. Serão refeitos, ao todo, 50 mil m² de calçadas.

 

O novo padrão estético será destacado pelo contraste das tonalidades do concreto, grafite e natural, com o dourado das juntas metálicas. A opção por esse material também levou em conta a durabilidade, a facilidade de manutenção e o conforto para caminhar. Com a instalação de 200 rampas pré-fabricadas de concreto nas travessias, com larguras proporcionais à avenida, será a primeira via da Cidade a ter acessibilidade total. Sarjetas e guias serão demolidas e refeitas de acordo com o projeto. Atualmente, as rampas possuem 1,2 metro de largura. No novo projeto, terão 5 metros de largura. Serão mais de 2,5 km de rota acessível. As floreiras serão rebaixadas ao nível da calçada e as floreiras localizadas próximas às esquinas serão removidas. O canteiro central vai receber um canteiro de fato, repleto de azáleas, que aumentarão a permeabilidade do solo.

 

A reforma também irá adequar as aproximadamente duas mil intervenções de concessionárias na avenida, nivelando todas as tampas usadas por essas empresas em relação à calçada. O novo piso facilitará a reconstrução nos casos em que for necessária sua retirada para a realização de serviços de manutenção nas redes subterrâneas.

 

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) vai aproveitar as intervenções para melhorar a travessia de pedestres na avenida, ampliando de 16 para 20 os pontos de travessia. Serão implantados semáforos inteligentes e as faixas de travessia de pedestres serão redistribuídas, deslocadas em 30 metros para trechos mais centrais dos quarteirões, de forma a aumentar a segurança. A travessia passará a ser feita de forma integral, em menor tempo, sem a necessidade de espera no canteiro central. Da mesma forma, os veículos terão tempo menor de espera tanto na avenida como nas vias transversais a partir da operação em tempo real dos semáforos.

 

As obras serão realizadas durante os próximos nove meses de maneira ininterrupta, embora sejam evitadas, durante a noite, a realização de tarefas como demolições, que provoquem muito barulho. Para minimizar os transtornos, as obras serão executadas em módulos, sempre preservando uma faixa de circulação para pedestres e para entrada e saída de veículos. A avenida, nos lados par e ímpar e no canteiro central, será dividida em 12 trechos para o desenvolvimento dos trabalhos.

 

Também serão postas em prática ações para minimizar os impactos no trânsito da região. Uma faixa de rolamento de tráfego será interditada no trecho que recebe obras, de acordo com o andamento dos trabalhos. A CET vai orientar os motoristas na busca de caminhos alternativos. Nesta primeira etapa, as rotas opcionais incluem as ruas 13 de Maio, Cincinato Braga, São Carlos do Pinhal e Antônio Carlos.

 

Para aumentar o fluxo na rota alternativa, essas vias passarão por mudanças, como a desativação temporária da Zona Azul de estacionamento e o remanejamento de pontos de táxi. Outra opção para quem se desloca da região do Paraíso/Vila Mariana com destino ao Centro é a rua Vergueiro e a avenida Liberdade. Quem vai aos Jardins pode seguir pela rua Joaquim Távora, avenidas Pedro Álvares Cabral e Brasil. As equipes da CET farão acompanhamento e monitoramento da região.

 

O novo piso de concreto já foi testado na própria avenida Paulista. Desde o ano passado, o trecho da calçada em frente ao shopping Center 3 recebeu um tipo de piso similar que se mostrou resistente ao grande volume de pessoas e de carros-fortes que passam pela região e danificam o piso português, que cobre a maior parte das calçadas da Paulista atualmente.

 

Com 116 anos, a avenida Paulista vai passar pela sua segunda grande reforma. Inaugurada em 1891 para receber a elite paulista, a via passou por obras de alargamento e ganhou o formato atual durante a década de 1970, com a sinalização especial e o piso de mosaico português. Corredor cultural e financeiro e um dos principais centros econômicos da América Latina, a avenida Paulista reúne 11 sedes de bancos e 29 agências bancárias em seus 2,7 km de extensão. Circulam por ela diariamente cerca de 1,5 milhão de pessoas e 100 mil veículos.