“Nada. Não vale a pena responder. Estamos falando de rede consular” disse o deputado Ricardo Merlo, fundador e presidente do Maie – ‘Movimento Associativo Italiani all’Estero’, em resposta às observações que o pré-candidato ao Parlamento italiano Walter Fanganiello Maierovitsch fez, em “Carta Aberta”, sobre o que chamou de “partido com atuação principal localizada em território da Argentina” que estaria se aproveitando da situação “para conquistas eleitorais no Brasil”.
Fanganiello Maierovitsch estava se referindo ao protesto “300 euros: Chega de desculpa, a fila da cidadania tem de andar!”, programado para o dia 12 próximo diante do Consulado Geral da Itália em São Paulo, ao qual ele disse que não irá e nem apoia porque é “contra medidas populistas” e contra o uso de pessoas “como massa de manobra para obtenção de adesão partidária ou individual em período pré-eleitoral”.
Perguntado como recebeu a posição manifestada pelo pré-candidato, Merlo respondeu parecer “coerente que ele [Fanganiello Maierovitsch] não participe”, pois “quem fez parte do problema jamais poderá fazer parte da solução” – uma referência ao partido que abriga a possível candidatura do desembargador aposentado, o “Articolo Uno – Movimento Democratico Progressista”, que nasceu de uma dissidência interna do Partido Democrático, que sustenta os últimos governos italianos.
“O partido do qual diz fazer parte este senhor apoiou as políticas dos últimos cinco anos. Ele, em vez de criticar, deveria explicar o motivo pelo qual apoia aqueles que destruiram a nossa rede consular”, disse ainda o deputado Ricardo Merlo.
Embora a iniciativa de protestar dia 12 contra o que chama de “desmantelamento consular” tenha partido do presidente do Comites – “Comitato degli Italiani all’Estero” do Recife, Daniel Taddone, filiado ao Maie, o partido de Merlo aderiu vem emprestando claro apoio à manifestação desde a primeira e sem ressalvas e financiando, inclusive, o transporte a quem quiser protestar.
A posição do pré-candidato Fanganiello Maierovitsch passou a ser objeto também de debate em algumas redes sociais, como a “Cidadania Italiana – Área Livre”, que conta com mais de 108 mil inscritos. “Lamentável a posição do Cavaliere della Repubblica Italiana e candidato a deputado – escreveu o ex-presidente do Comites do Recife, Salvador Scalia. “Ignora completamente a necessidade dos italianos do Brasil e do exterior de ter uma rede consular moderna, eficiente e acolhedora. Uma rede consular que seja à base de uma política, que não existe, específica para os italianos no exterior e seus descendentes”.
Scalia observa que o pré-candidato “nada propõe sobre o problema das filas”, sobre os “10,12 anos para registrar a cidadania”, sobre “um ano para obter um passaporte”, ou sobre “o sistema lotérico do prenota on line… Vai representar quem?”, pergunta.
Outro internauta – Marcelo Piola, observa, entre outras coisas: “ Tão distante é a posição adotada em relação ao que anseia a coletividade italiana que faz parecer que o Sr. Maierovitch deseja arrumar um contraponto para “ser notado”. Acho que não vai conseguir”.
Já Rafael Frantz viu uma posição petulante: “Eu sempre critiquei o Longo por não dominar o idioma, mas o uso que foi feito dessa circunstância para atacá-lo é instrumental além de extremamente petulante. Que bola fora”.