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Intensificar as relações bilaterais e acionar o Projeto de Ações de Sustentação para Fabricantes de Máquinário para a Indústria do Plástico por meio de joint ventures, mais uma etapa dos acordos do Forum Empresarial Brasil Itália que teve início em março de 2006.

 

 

u O Programa “Made in Italy – Máquinas Itália”, desenvolvido especialmente para o Brasil, pela Assocomaplast (Associação Italiana dos Fabricantes de Máquinas e Moldes para Plásticos e Borrachas), com sede em Roma, coordenado pelo ICE (Instituto Italiano para o Comércio Exterior) e com apoio da homologada brasileira Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), tem como meta potencializar a concretização de negócios entre as empresas brasileiras e italianas, no médio e longo prazos, e dar maior visibilidade ao potencial dos fabricantes de plástico dos dois países.

Segundo dados da Secex ( Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), as exportações brasileiras para a Itália, durante o primeiro semestre de 2007, foram de US$ 2,18 bilhão o que representou um aumento de 22,5% em relação ao  mesmo período de 2006, quando o Brasil havia exportado US$ 1,78 bilhão. A participação das exportações para o mercado italiano, em relação ao total exportado pelo Brasil, foi de 3%. As importações brasileiras da Itália, no mesmo período, cresceram 27,1%, ao subirem de US$ 1,18 bilhão para US$ 1,50 bilhão. Com isto o saldo comercial superavitário foi de  US$ 674 milhões.

 “Temos um  trabalho de longo prazo. Esse movimento compartilhado,  de relações comerciais e cooperação, objetivando favorecer a sinergia entre as empresas, ganho de competitividade e tecnologia, faz parte do processo de internacionalização de ambos os países, superando limites e distâncias geográficas”, destaca o diretor  do ICE no Brasil, Giovanni Sacchi. Ele acrescenta que a Itália é vista como um mercado de grande potencial com os benefícios de tecnologia de ponta em mecânica.

Dados da Assocomaplast dão conta que os países latino-americanos onde se constatou maior consolidação da exportação foram na ordem: México, Brasil e Argentina. Em 2006 as áreas de pesquisa de mercado e iniciativas começaram a ser retomadas. Este é o primeiro passo, ressalta o presidente da entidade Riccardo Comerio. “O Brasil, segundo o relatório BRIC (sigla de Brasil, Rússia, India e China), está destinado a se tornar uma das principais economias mundiais nos próximos decênios e possui uma indústria mecânica de bom nível. No nosso setor, os fabricantes brasileiros que já abastecem o mercado interno procuram, há alguns anos, novos espaços comerciais nesse contexto mundial  e  o caminho foi promover e ajudar as nossas respectivas indústrias a colaborarem entre si”, afirma o presidente da Assocomaplast.

Comerio explica que as parcerias estratégicas entre fabricantes de máquinas italianas e brasileiras,  levem à formação de empresas de capital misto para enfrentarem a concorrência chinesa e desenvolver produtos com custos competitivos. “Não foi por acaso, que nos últimos dois anos, o fabricantes chineses ativaram o comércio de máquinas para plásticos e borracha, tanto para o Brasil como para a Itália, demonstrando forte expansão nas vendas. Em 2004, passamos de 12 milhões de euros para 23 milhões no ano seguinte, superando os 38 milhões em 2006. Também, não nos surpreende a preocupação da indústria brasileira que, para deter a corrida comercial dos chineses, solicitou à Abimaq a implementação de barreiras de proteção  alfandegárias ou outros mecanismos, para limitar a importação do setor proveniente daquele país”, finaliza.

Delegações e rodadas de negócios

Tudo começou em março de 2006 quando a CONFINDUSTRIA – Confederação Geral da Indústria Italiana,  e FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, promoveram o Forum Empresarial Brasil-Itália, onde delegações multi-setoriais com 110 empresários italianos e 400 brasileiros, participaram de rodadas de negócios e fomentaram acordos de intenções entre os dois países aprovadas pelo Ministério do Comércio Exterior da Itália e Brasil. Para firmar estas iniciativas comerciais diplomáticas, no ano que passou, vieram ao país o premier Romano Prodi (março); o vice-ministro das Relações Exteriores,  Franco Danielli  (maio) e o ministro das Relações Exteriores, Massimo D’Alema (novembro).

Os focos prioritários foram as áreas de serviços, construção, alimentação, arquitetura

e design, têxtil , máquinas e equipamentos.  Em outubro de  2006  uma  missão empresarial brasileira foi à Roma e Milão para incrementar o intercâmbio.

Agora, no próximo dia 15 de setembro, é a vez da comitiva de 24 empresários cariocas, do setor de infra estrutura,  construção civil,  construção naval, aeronáutico, farmacêutico, mecânico, turismo, hotelaria e agronegócios, com a coordenação do ICE, apoio da FIRJAN – Federação das Industrias do Estado do Rio de Janeiro e equipe governamental, chefiada pelo governador Sergio Cabral, ir em viagem de negócios à Itália (Roma e Milão) para atrair investimentos para o Estado.

Porém, dentro do projeto “Made in Italy”, é a área de máquinas e equipamentos que acontece agora. Para Giovanni Sacchi, diretor do ICE Brasil, em 2006 e 2007 o projeto BRIC focalizou a Rússia  e China; em 2007 e 2008 são os anos do Brasil e India. O financiamento global  para promoção e internacionalização das empresas italianas para o Brasil é de R$ 4 milhões, distribuído em iniciativas multi setoriais que começaram em 2006 e terminam em junho de 2008. 

Para Sacchi, na área mecânica, todas as ações aprovadas deverão originar resultados econômicos mensuráveis na forma de parcerias e joint ventures, é a exigência do Ministério do Comércio Exterior da Itália.

 

Feira K- 2007 em outubro

O primeiro encontro para troca de informações entre os fabricantes de máquinas e equipamentos ocorreu durante a Brasilplast 2007 e o próximo acontecerá, no estande da Assocomaplast, na K, feira em Dusseldorf, Alemanha, de 24 a 31 de outubro, considerado o maior evento do setor no mundo. No final de novembro, uma delegação de fabricantes brasileiros e autoridades visitam a Itália  e para rodadas de negócios com empresas locais, visitas técnicas e comerciais para identificação de potenciais parceiros. considerado o maior evento do setor no mundo. No final de novembro, uma delegação técnica institucional de representantes da Abimaq visitam, na Itália, empresas italianas mais representativas, a fim de verificar a oferta de máquinas do setor, com o objetivo de formalizar detalhes do programa.

A Abimaq, estará definindo um esquema operacional como parte integrante de um protocolo de intenções com a Assocomaplast e ICE, apresentando pesquisa para identificar potenciais parceiros brasileiros, com dados e informações detalhadas sobre empresas e tipos de produtos para análise preliminar e condições de implementação. Posteriormente haverá troca de informações entre fabricantes e carta de intenções para desenvolver um compromisso para que possam ser definidas a inclusão dos programas de produção. A perspectiva é da instalação de uma filial ou joint venture de no mínimo vinte empresas italianas.

Para Maristela Simões de Miranda, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para Indústria do Plástico, da Abimaq, as entidades estarão acompanhando as empresas dos dois países,  interessadas nas parcerias, desde o primeiro contato até as negociações propriamente ditas, como assessoria técnica e jurídica, estudos de normas contratuais internacionais e instituição de crédito para financiar os projetos em conjunto.   

Considerando que a Itália inclui-se entre os dez parceiros comerciais do Brasil, que por aqui vivem 25 milhões de imigrantes italianos e descendentes, e que a cidade de São Paulo é a terceira maior cidade italiana fora da Itália, com seis milhões de imigrantes e descendentes e no Estado este número totaliza 14 milhões, é natural que os vínculos se ampliem também no intercâmbio econômico. Idioma e cultura, entre brasileiros e italianos, são elementos que só vão facilitar o caminho destes novos negócios.