O sempre campeão Emerson Fittipaldi será candidato ao Senado italiano. (Fotograma perfil Instagram)

Brasileiro por ter nascido no Brasil e italiano por direito de sangue, o ex-piloto de Formula 1 Emerson Fittipaldi será candidato ao Senado nas eleições parlamentares de setembro para a renovação do Parlamento Italiano. A informação foi transmitida na manhã de hoje a Insieme por fonte bem informada, acrescentando que Fittipaldi deverá concorrer provavelmente sob a bandeira de Fratelli d’Italia, partido de Giorgia Meloni e apoiará o candidato à reeleição na Câmara, Luis Roberto Lorenzato (Lega).

A mesma fonte dava como certa a desistência de concorrer ao Senado do ex-embaixador do Brasil em Roma, Andrea Matarazzo, filiado recentemente ao PSI – Partito Socialista Italiano, na chapa de Fabio Porta (PD) que concorre para a Câmara. Consultado, Matarazzo respondeu laconicamente: “Ainda não decidi nada”.

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O prazo para as candidaturas na Circunscrição Eleitoral do Exterior vai até o próximo dia 21: La presentazione delle liste dei candidati per ciascuna ripartizione della circoscrizione Estero deve avvenire tassativamente dalle ore 8 alle ore 20 del 35º giorno e dalle ore 8 alle ore 20 del 34º giorno antecedente la data della votazione. (A apresentação das listas de candidatos para cada área da Circunscrição Eleitoral do Exterior deve ocorrer estritamente das 8h às 20h do dia 35 e das 8h às 20h00 do 34.º dia anterior à data da votação).

Esta e outras normas estão previstas no documento “Istruzioni per la presentazione e l’ammissione delle candidature” para a Circunscrição Eleitoral do Exterior, publicado ontem (03/08) no site do Ministério do Interior. 

Ao ser consultado sobre a candidatura de Fittipaldi, Lorenzato disse ter conhecimento do apoio já declarado de Fittipaldi à sua recandidatura e adiantou que o nome a disputar o Senado com ele será o do ítalo-argentino Marcelo Bomrad, engenheiro industrial e empresário da área de biotecnologia, atualmente respondendo pela representação do partido na Argentina.

A mesma fonte de Insieme garante que o ex-piloto e empresário de 76 anos, que tem um filho (Enzo – Fórmula 2) morando na Itália, pretende com sua sua candidatura levantar um projeto bem estruturado para a área de esportes no Brasil e na América do Sul, integrado ao projeto italiano, com a ajuda inclusive de recursos da Comunidade Europeia. “Essa seria a grande meta de Fittipaldi, um dos pilotos mais vitoriosos da história brasileira e o único piloto na história a vencer o mundial de F1 e as 500 Milhas por duas vezes”, disse a fonte.

Descendente de mãe russa e pai ítalo-brasileiro, o lado italiano de Fittipaldi vem de Trecchina (província de Potenza, na Basilicata), uma cidade hoje com menos de 2,5 mil habitantes. Ele é natural de São Paulo, nascido em 12 de dezembro de 1946. Tem sete filhos em três casamentos e escreveu sua autobiografia que intitulou “Emerson Fittipaldi: uma vida em alta velocidade”.

Sobre Marcelo Bomrad, é o próprio empresário que se define : “Sou casado e tenho 3 filhos. Sou formado em Engenharia Industrial pela Universidade de Buenos Aires, concluindo depois um MBA em Harvard. Fundador/criador em série de empresas de biotecnologia, sou italiano de 4ª geração. Desde jovem senti-me fortemente ligado às minhas origens lombardas, piemontesas e venezianas”.

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Segundo conta, ele viajou para a Itália para votar já em 2001, “bem antes de poder ser feito no exterior. Sou membro do Conselho de Administração e do Comitê Executivo da Câmara de Comércio Italiana na Argentina, a mais antiga do mundo fora da Itália, e também diretor da Sportivo Italiano (Associazione del Calcio Italiano na Argentina) além de ex-colaborador da Quotidiano L’Italiano.

Como propostas principais ele coloca: “Constitucionalizar o Ius Sanguinis para garantir a cidadania italiana aos filhos e netos; Propor a equivalência de títulos estrangeiros para facilitar a emigração para a Itália; Criar o Ministério dos Italianos no Mundo para melhorar o atendimento no exterior”.

As eleições para a renovação do Parlamento italiano acontecerão, na Itália, no dia 25 de setembro. Será a primeira desde que, através de referendo, foi aprovada a redução de cerca de um terço das cadeiras no Senado e na Câmara, que ficaram, respectivamente com 400 e 200. No Exterior, serão eleitos oito deputados e quatro senadores apenas, cabendo à área da América do Sul um senador e dois deputados.