O II Encontro das Associações Ítalo-Brasileiras de Santa Catarina foi realizado sábado (23.03.2015) em Floroanópolis-SC, numa promoção do Ciírculo Ítalo-Brasileiro de Santa Catarina e “Unione Famiglia Trentina” de Florianópolis.

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Questões ligadas ao ensino e difusão da cultura italiana, cidadania, atendimento consular, política e eleições, programas culturais e funcionamento das entidades representativas da comunidade, estes foram os principais assuntos tratados durante todo o sábado que passou no II Encontro das Associações Ítalo-Brasileiras de Santa Catarina e Encontro das Famílias Trentinas do Brasil, Paraguai e Argentina. O evento aconteceu parte nas dependências do Hotel Itaguaçu e parte na sede da União das Famílias Trentinas de Florianópolis-SC e teve a participação de dois senadores da República Italiana – Franco Panizza, do Trento, e Fausto Longo, do Brasil; dos deputados ítalo-brasileiros Fabio Porta (que chegou somente no final do encontro) e Renata Bueno e da deputada federal por SC, Carmen Zanotto, além do cônsul geral da Itália para os Estados do Paraná e Santa Catarina, Enrico Mora, representantes do Comites – Comitato degli Italiani all’Estero, do CGIE – Consiglio Generale degli Italiani all’Estero, da Câmara Ítalo-Brasileira de Santa Catarina, consultores do Trento e do Vêneto e presidentes e diretores de associações.

Enquanto as boas-vindas foram anunciadas pelos presidentes das duas entidades promotoras, respectivamente João Andreata de Souza, da ”Famiglia Trentina” de Florianópolis, e Alessandra Carioni, do Cibsc – Círculo Ítalo-Brasileiro de Santa Catarina, os parlamentares presentes fizeram um relato suscinto de suas atividades junto ao Parlamento Italiano. Relataram também sobre o funcionamento do Comites e do CGIE os conselheiros Luis Molossi e Walter Antônio Petruzziello, cabendo ao vice-presidente do Cibsc uma exposição sobre o projeto que as duas entidades estão desenvolvendo para a instalação, em Florianópolis, de um parque temático denominado ”Piccola Italia”. Sobre área já escolhida à beira-mar, no bairro de Capoeiras, estarão representadas todas as regiões da Itália com seus principais monumentos em miniatura que poderão ser percorridos a pé pelos visitantes. A intenção, conforme explicou Gentili, é cada uma das regiões italianas exporem, durante o correr do ano, seus principais eventos históricos e folclóricos, enquanto, na outra ponta, serão também buscados intercâmbios culturais e econômicos.

Uma das críticas mais contundentes durante o encontro foi feita pelo consultor da Província do Trento para a região Norte do Brasil, Elton Stolf, que, na condição de candidato às eleições do Comites, abordou o problema das filas da cidadania. Ele repetiu que, se eleitor for, comparecerá na primeira assembléia do órgão com ”nariz de palhaço”, em protesto contra a demora no atendimento consular até aqui verificada.

Mais tarde, em mesa redonda, o cônsul Enrico Mora explicava aos participantes que o consulado que dirige, com 16 servidores, arrecada para a ”Receita Federal” italiana cerca de um milhão de euros, sendo a sétima maior arrecadação consular italiana em todo o mundo. E isso, segundo explicou ainda, considerando-se que dos 16 funcionários, apenas 12 cumprem tarefas de atendimento a um público de 72 mil pessoas que pode ser comparado a quatro cidades de médio porte na Itália, onde diversas pessoas se ocupam de questões semelhantes aos serviços de emissão de passaporte (Curitiba tem apenas dois funcionários para isso) e estado civil (onde Curitiba tem apenas um funcionário).

Na parte da tarde, os participantes se dividiram em dois grupos (os trentinos na sede da ”Famiglia Trentina) e os demais no próprio hotel Itaguaçu, onde aconteceu o encontro principal), para debater temas específicos como o ensino da língua e assuntos levantados pelas próprias associações. Os mais animados eram os trentinos que, pela primeira vez, nesta eleição dos Comites, poderão exercer o direito de voto, pelo menos para aqueles que já conseguiram o reconhecimento da cidadania italiana.

Segundo observou no final do encontro o senador Fausto Longo, está havendo, em todo o Brasil, um ”renascimento” das atividades associativas, agora em novas bases, bem mais calcadas na realidade atual, sem o ”saudosismo” ou o ”lirismo” que caracterizou a atividade das comunidade italianas até aqui. Em sua avaliação, isso é ”muito bom” para ambos os países. O presidente da ”Famiglia Trentina”, João Andreata de Souza, já falava no próximo encontro, durante o qual seriam discutidos assuntos relacionados exclusivamente ao ensino e difusão da língua e da cultura italiana.