Se as coisas não acontecerem assim e se vocês forem maltratados num consulado, mandem um e-mail a ricardo.merlo@senato.it”, pede o senador Ricardo Merlo (Maie), em um curto vídeo postado hoje em seu perfil no Facebook. No vídeo, ele repete o bordão já usado anteriormente: “Não existe diferença entre um italiano nascido na Itália e um italiano nascido no exterior; somos todos italianos”.

O senador ítalo-argentino, que é também subsecretário para os italianos no mundo da Farnesina (Ministério do Exterior), informa saber que “em todos os consulados existe uma via preferencial para os filhos de italianos”, mas explica querer “deixar bem claro” para todos que não há diferenças entre nascidos na Itália ou no exterior. “A via preferencial nos consulados é para todos os filhos de italianos, sejam aqueles nascidos na Itália, sejam os nascidos no exterior”, esclarece.

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“Meu pai é nascido na Itália e eu nasci no exterior. Somos italianos os dois”, disse ele usando o exemplo pessoal para repetir que “não existe diferença entre um italiano nascido na Itália e um italiano nascido no exterior”. repete o senador Ricardo Merlo em um curto vídeo postado hoje em seu perfil no Facebook. No vídeo ele, que é também subsecretário para os italianos no mundo da Farnesina (Ministério do Exterior), coloca um e-mail ao qual devem recorrer os interessados no caso de as coisas não acontecerem assim ou “se vocês forem maltratados num consulado”.

A via preferencial referida por Merlo é o “Canal rapido figli diretti”, que privilegia ou privilegiava filhos de italianos nascidos na Itália em detrimento aos demais interessados nas chamadas “filas da cidadania”. É a segunda vez que o subsecretário Merlo se manifesta sobre o assunto. A primeira, foi quando recebeu, recentemente, o embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini, em seu gabinete, no dia seguinte à chegada do ex-terrorista Cesare Battisti de volta à Itália.

A posição de Merlo vem bem depois de Insieme ter publicado uma entrevista, na segunda quinzena de dezembro, com o presidente do Comites – ‘Comitato degli Italiani all’Estero’ do Recife, Daniel Taddone, com críticas à reunião do “Sistema Paese”, realizada na sede do Consulado Geral da Itália no Rio de Janeiro, dia 6 de dezembro. O senador Ricardo Merlo e o deputado Luis Roberto Lorenzato estavam presentes à reunião.

Taddone se referia ao Consulado de São Paulo, e dias depois voltou à carga para dizer que a mesma prática estava acontecendo no Consulado de Curitiba. No dia 13 de dezembro, Lorenzato – que teria classificado a ação de “reato” (crime) durante a reunião, enviou carta ao Consulado de SP. Logo a seguir também concedeu entrevista a Insieme protestando contra a discriminação. Ontem os sites dos consulados de São Paulo e Curitiba amanheceram sem a literatura do “Canale rapido figli diretti”.

Hoje Lorenzato comentou a vídeo-mensagem de Merlo: “Bravo sob-secretário Merlo. Chega de discriminação! É bonito ver que não estou sozinho nesta batalha pela valorização do grande patrimônio que a Itália possui: nós”. E a Insieme ele repetiu que aguarda agora a posição do Consulado de São Paulo sobre a questão da exigência de documentação duplicada para integrantes de uma mesma família – uma exigência que, no dizer de Taddone, está em prática também no Consulado de Belo Horizonte.