Fotograma de "Jeca Tatu", um dos 32 filmes do artista, rodado em 1959. Na cena, um astuto caipira protagoniza o palanque eleitoral com um hipotético candidato às caça de votos: "Tem que cumprir a promessa antes da eleição", exige Jeca Tatu.

Marcando o 40º aniversário da morte de Amácio Mazzaropi, que transcorre hoje, o museu que leva o seu nome em Taubaté, São Paulo, reabriu hoje ao público, depois de uma longa temporada em que esteve fechado devido à pandemia. A reabertura aconteceu esta manhã com a exibição do filme “Jeca contra o capeta”, filme produzido em 1975 por Pam Filmes, de propriedade do artista falecido aos 69 anos de idade, vítima de septicemia.

A reabertura do museu aparentemente foi o único ato a marcar os “40 anos de saudade” de um dos maiores cineastas que o Brasil conheceu, e cuja obra pode ser apreciada de forma gratuita no Youtube.

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A sessão especial de cinema para apenas dez pessoas aconteceu seguindo rigorosas normas de higiene e distanciamento. Além de produtor e ator, Mazzaropi foi também cantor e humorista, sendo considerado o maior cômico do cinema brasileiro.

Filho de imigrante italiano nascido em Nápoles, ele tinha, por parte de mãe, ascendência portuguesa e, além de São Paulo, viveu em sua juventude alguns anos em Curitiba-PR.

O museu erigido em sua homenagem na fazenda sobre a qual construiu seus próprios estúdios no interior de Taubeté-SP centraliza todo o acervo do “ator, comediante, diretor, produtor, cantor, intérprete do imortal personagem Jeca Tatu, sucesso de público e crítica e apresentador de TV”, segundo se lê no site da instituição.

“Amácio (esse nome repete o nome aportuguesado de seu avô napolitano, Amazzio) Mazzaropi protagonizou 32 filmes e sua trajetória é fundamental para quem deseja conhecer profundamente a história do cinema brasileiro”, afirma texto publicado no mesmo site.

“Mas Mazzaropi – acentua o mesmo texto -foi muito mais que um artista, foi um verdadeiro visionário do cinema. O único, até hoje, que conseguiu criar um meio próprio e completo de produção para suas obras. Com a Pam Filmes (Produções Amácio Mazzaropi), comprou uma fazenda em Taubaté/SP e apostou todas as fichas em uma indústria cinematográfica fora do pólo de cinema da capital. Construiu o maior estúdio de cinema da época, rodou mais de 24 filmes e empregou mais de 100 pessoas da região e proximidades”.