A convocação ao protesto tem como ponto central a taxa dos 300 euros (reprodução)

“Vejo com prazer que, no fundo, também eles se convenceram que este é o único caminho para a solução do problema. Se é assim, devemos todos nos mobilizarmos para alcançar o mesmo objetivo”.

A afirmação é do deputado Fabio Porta em entrevista concedida recentemente ao diário on-line “Italia Chiama Italia”, ao falar sobre a “taxa da cidadania”, criada para fornecer recursos ao fortalecimento da atividade consular, alvo das principais críticas da comunidade italiana em toda a América do Sul, em especial no Brasil.

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Leio com prazer – disse Porta – que até o coordenador do movimento que está organizando a manifestação diante do Consulado [Geral da Itália] de São Paulo declara a um jornal do Brasil que “a finalidade principal da manifestação é a questão dos 300 euros”, e que “isso resolveria não apenas o problema da fila mas também muitas outras coisas”.

Sem falar em nomes, Porta se referia a Daniel Taddone, presidente do Comites – ‘Comitato degli Italiani all’Estero’ e autor da iniciativa do protesto que deverá acontecer dia 12 próximo, denominado “300 euros: Chega de desculpa. A fila da cidadania tem de andar!”. Assim que lançado o movimento, o Maie – ‘Movimento Associativo Italiani all’Estero’ aderiu e passou também a auxiliar na organização do protesto.

As condições em que são prestados os serviços consulares italianos sempre foram o alvo principal das críticas da comunidade ítalo brasileira, mas elas se tornaram mais intensas desde que foi instituída a “taxa da cidadania”, em vigor desde o dia 8 de julho de 2014, sem que a qualidade dos serviços tenha melhorado. A instituição da taxa teve a aprovação dos três parlamentares ítalo brasileiros – além de Porta, a deputada Renata Bueno e o senador Fausto Longo.

A posição de Porta na entrevista passou a ser analisada como um aceno à possibilidade de o parlamentar também reforçar o movimento, que já conta com a adesão do senador Fausto Longo, que, inclusive, postou vídeo convocando os cidadãos a participar do protesto e, em seguida, acusou o governo italiano de estar cometendo apropriação indébita. Inicialmente Porta reagiu em direção oposta, dizendo não participar de “iniciativas organizadas às vésperas das próximas eleições”.

O protesto, entre outros objetivos, tem a finalidade de pressionar o governo italiano a liberar os recursos oriundos da “taxa da cidadania” para a reestruturação dos consulados, criada que foi para esse fim. Até agora nenhum centavo foi investido, nem mesmo os 30% objeto de lei específica, de autoria do próprio deputado Fabio Porta que, na citada entrevista, reconhece que os serviços consulares constituem um dos principais problemas a serem resolvidos.