O presidente do Intercomites, Andrea Lanzi, do Rio de Janeiro (Foto Desiderio Peron / Arquivo Revista Insieme)

Merlo: “Falei com o Embaixador. O vademecum está suspenso. O Embaixador procurará elaborar um novo em consenso com os Comites”.


 

“Vitória do bom senso”, exclamou Andrea Lanzi, presidente do Intercomites, ao informar hoje cedo que o novo “roteiro da cidadania”, divulgado há apenas três dias, está suspenso diante das muitas críticas que vinha sofrendo. Um novo vademecum será elaborado, mas agora com a participação dos Comites – ‘Comitati degli Italiani all’Estero’

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“O subsecretário Ricardo Merlo, sensibilizado ontem pelo Intercomites, comunicou hoje cedo que conversou com o Embaixador [Francesco Azzarello] antecipando-lhe que o guia consular foi retirado e que [o assunto] será discutido com os Comites”, disse Lanzi.

Poucos momentos antes, o próprio Merlo, que é o Subsecretário para os italianos no mundo da Farnesina, em mensagem WhatsApp ao editor de Insieme dizia: “Falei com o Embaixador. O vademecum está suspenso. O Embaixador procurará elaborar um novo em consenso com os Comites”.

O vademecum ou novo roteiro da cidadania fora anunciado em meados de novembro do ano passado, em Curitiba, durante a última reunião do Sistema Itália, como uma forma de facilitar a vida dos requerentes da cidadania italiana por direito de sangue, diante das discrepâncias existentes entre os consulados, cada um com exigências diversas em muitos aspectos do processo.

O documento, segundo se sabe, foi submetido a uma prévia dos Comites, mas as sugestões e críticas apresentadas não foram consideradas. Na última segunda-feira, o Consulado de Curitiba, que havia adiado a convocação de uma lista de enfileirados alegando o aguardo do vademecum, publicou o documento contendo as novas exigências juntamente com a convocação de três mil inscritos.

Imediatamente começaram a surgir críticas, pois o novo documento submeteu todos os interessados ao refazimento de muitos documentos que já estavam prontos conforme a norma anterior, com evidentes prejuízos financeiros. Uma das questões mais criticadas foi o prazo de seis meses de validade dado para alguns dos documentos exigidos.

Ontem o Intercomites divulgou uma nota em que criticava alguns pontos do vademecum tidos como “absolutamente errados, imotivados e inadmissíveis”.

Com a suspensão do vademecum, não se sabe como o consulado de Curitiba, alvo principal das críticas, vai se comportar. Até a publicação dessa matéria, o o site do escritório  consular mantinha o “Aviso Importante” de cor amarela com a nova convocação, advertindo para o cumprimento das novas exigências contidas no roteiro já suspenso.