Mais 15 dias de prazo para Felipe Salgado de Paula provar se, realmente, possui algum ascendente italiano até o quarto grau, como ele continua afirmando ao Comites – Comitato degli Italiani all’Estero de São Paulo. A decisão foi tomada por unanimidade dos conselheiros da entidade presentes à assembléia extraordinária realizada no início da noite de ontem (17/08), de maneira virtual.
Comandada pelo presidente Alberto Mayer, a assembleia atendeu, assim, em segunda convocação, a uma ‘diffida’ encaminhada pelos advogados de Felipe, que apontaram irregularidades no “desligamento” do conselheiro após esgotado o prazo de 45 dias que lhe havia sido dado para a mesma comprovação, que não foi feita. Agora, esgotado o novo prazo de 15 dias, nova assembléia será convocada para discutir o «caso Mezzogiorno», como se tornou conhecido.
Como se recorda, Felipe foi eleito como conselheiro ‘cooptado’ do Comites de SP após indicação de seu irmão Diego Oliveira Paula, mais conhecido pelo nome fantasia de “Mezzogiorno”, por intermédio da Associação Ital-Uil, entidade que patrocinou sua candidatura. No ato de inscrição, Felipe apresentou à representante da associação, Daniela Dardi, que também integra o Comites na condição de revisora de contas, um documento de hipotético ancestral de nome Oscar Mezzogiorno, nascido no bairro napolitano de Stella em 26/02/1901, casado em 13/6/1925 com Anna Mele, e morto também em Nápoles em 27/3/1976.
A veracidade do documento não foi verificada nem pelo Comites, nem pelo Consulado, assim como também Felipe não comprovou ligação de seu nome com o nome do ancestral constante no documento apresentado. Tendo sido desligado por ato da presidência após os 45 dias concedidos para provar sua ancestralidade italiana, a «diffida» arguiu irregularidade procedimental e Felipe foi reconduzido à função, tendo agora outros 15 dias para fazer as provas que desfariam sua ineligibilidade.
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Mesmo presente à assembléia virtual, Felipe não a acompanhou até o fim. Ante a informação da presidência de que a revista Insieme estava seguindo o desenrolar da assembléia, ele protestou. Sendo informado que, pela legislação pertinente, as reuniões dos Comites são públicas, procurou argumentar que aquela se tratava de uma reunião para «um caso político, pessoal» e que, por isso, pedia que a reunião «não seja pública» e que fosse marcada uma outra assembléia – solicitações não atendidas pela presidência. Então Felipe retirou-se da reunião.