“Vote. Não abra mão da cidadania, não; exerça a cidadania”. Com este apelo Angelo Andrea Matarazzo encerrou sua entrevista exclusiva à Revista Insieme, ao lançar sua candidatura para o Senado italiano nas eleições parlamentares de 25 de setembro próximo. Ele diz que se apresenta aos eleitores “por ser italiano, por ter uma experiência larga na área pública, por ter sido embaixador e ter visto quanta coisa nós podemos fazer para os italianos que estão na América do Sul”.

Matarazzo convoca a todos os eleitores italianos que vivem no Brasil, na Argentina, no Uruguai e nos demais países da área eleitoral a “mostrar o tamanho do continente italiano aqui” e “levar uma representação unificada e de alto nível que pense no Continente de forma séria, com o objetivo de assegurar direitos e deveres para os italianos e para a Itália”.

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Sobrinho-neto do lendário conde Francesco Matarazzo, Andrea é filiado ao PSI – Partido Socialista Italiano e concorre na coligação em que Fabio Porta (PD – Partido Democrático) se apresenta como candidato à Câmara dos Deputados. A eleição, fora da Itália, acontece por correspondência e em toda América do Sul serão eleitos um senador e dois deputados.

O candidato é professor, administrador, diplomata, empresário, radialista e político brasileiro. Dentre outros inúmeros cargos públicos, foi ministro do governo brasileiro e embaixador do Brasil em Roma. Em sua carreira pública, coleciona três honorificências: Ordem do Infante Dom Henrique (Portugal), Ordem do Mérito Aeronáutico e Ordem do Mérito Militar (Brasil).

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Na vídeo entrevista que acompanha esta matéria (cuja transcrição publicamos na íntegra, abaixo), Matarazzo fala um pouco de tudo e garante que, no Parlamento italiano, defenderá intransigentemente o princípio do “ius soli” na transmissão da cidadania italiana, “sem limites geracionais”. Para ilustrar sua posição, lembra que, quando foi sabatinado no Senado brasileiro para assumir a função de embaixador do Brasil em Roma, recusou-se a renunciar sua condição de cidadão italiano por nascimento. “Minha posição é claríssima”, diz Matarazzo. Veja o que ele diz na entrevista:

Começamos por perguntar o que o leva à política italiana? Seria a desilusão com a política brasileira ou, enfim, o que o inspira a essa disputa?
Primeiro queria cumprimentar todos os leitores da Insieme e dizer muito obrigado pela oportunidade. Eu acho que teria uma coisa interessante também na minha família: que o irmão do Francesco Matarazzo, que é meu bisavô direto, ele foi senador vitalício na Itália, indicado ao Senado pelo rei Vittorio Emanuele, pelos serviços prestados à pátria durante a Primeira Guerra Mundial.
Respondendo à sua pergunta, o que me inspira a isso? É justamente essa história que é uma história fascinante de uma saga de imigrantes italianos que vieram ao Brasil. E um dos momentos de maior orgulho da minha vida. foi quando eu apresentei credenciais de embaixador para o presidente Carlo Ciampi. Você imagina eu, a quarta geração de uma família de imigrantes, voltar ao nosso país de origem, representando o Brasil, país que nos acolheu. E agora eu quero fazer esse caminho contrário. Dar à Itália e aos descendentes de italianos essa experiência que eu adquiri em 25 anos de vida pública brasileira. Sabedor de quantas coisas que nós podemos fazer no Legislativo italiano para atender melhor esses descendentes de italianos de quarta, quinta e sexta geração que estão aqui na América do Sul e que podem ter acesso a tantas coisas importantes que a Itália pode oferecer. Eu acho que isso é uma coisa muito importante, ou seja, existe uma Itália fora da Itália e nós precisamos aproximar esses italianos que estão tão distantes do seu país, do país de origem, da nossa pátria mãe.

Como é que o senhor define o seu papel dentro da comunidade ítalo brasileiro?Sempre foi um papel muito ativo. Eu acho, inclusive, de manter vivas essas lembranças da história dos italianos no Brasil aos brasileiros. Eu sempre me senti muito responsável, inclusive em manter a história que a minha família construiu, de manter um bom nome, de manter a nossa tradição na indústria, obviamente em escala muito diferente hoje em dia, mas manter o nosso nome ligado à indústria tanto na Fiesp, onde sou diretor, na Fundação Bienal, fundada pelo Ciccillo Matarazzo onde até hoje sou do conselho e sempre muito ativo, na Câmara Italiana de Comércio, enfim, em todas iniciativas que existem, como no Colégio Dante Alighieri, prestigiando também a Eugênio Montale, enfim, em tudo aquilo que nós podemos estar presentes na comunidade e ajudar, a gente obviamente faz. Aliás, isso é uma tradição da história da minha família aqui e na Itália, porque, por exemplo, não há nenhum ano que eu vá para a Itália, que acabo não passando por Castellabate. Sempre que a gente vai lá. Aliás, também me emocionou muito quando, como embaixador, estive em Castellabate e fizeram praticamente um feriado para receber o Embaixador do Brasil no Vialle Senatore Andrea Matarazzo, em nossa cidade. Acho também que eu tenho uma experiência, um conhecimento grande, que hoje me permite sugerir coisas que beneficiem a nossa comunidade e beneficiem os dois países. Me sinto num papel muito proativo com a comunidade italiana.

Embaixador, o senhor já chegou a anunciar sua candidatura na eleição passada, mas teve aquele impedimento por causa dos cinco anos de afastamento quando, na última hora, mudaram a lei italiana. O sr foi filiado ao PSDB e ao PSD no Brasil, partidos tidos como centro centro-direita. Agora se inscreveu no PSI, o Partido Socialista Italiano numa chapa ou coligação com Fabio Porta, do PD, O Partido Democrático Italiano, de centro esquerda, que apoia o PT aqui no Brasil. Essa também é sua posição?
A minha posição é a mesma de sempre, lembrando que eu sempre fui, durante 30 anos, filiado à social democracia, ao PSDB. Posição, vamos dizer, de pensamento que eu tenho até hoje. O PSD é o partido da social democracia. Não, eu não estou tratando de apoios a nenhuma candidatura aqui no Brasil. Eu, no momento, estou fazendo uma eleição para o Parlamento italiano, e acho que o grande problema é esse: querer misturar as coisas, nós não ajudamos a comunidade. Eu acho que eu quero é justamente poder transmitir e transferir essa minha experiência de equilíbrio, de conhecimento, de diálogo e de democracia para o meu mandato. Então, eu encontrei na coligação do PD, a coligação mais próxima do meu pensamento, mais próxima do pensamento democrático, embora eu nunca tive problema quando eu fui embaixador. O presidente era Ciampi; o primeiro ministro era Silvio Berlusconi. Nunca tive problema porque acho que isso também é diferente na Europa, onde a esquerda e a direita acabam tendo um diálogo sempre muito pró país. Obviamente, têm suas divergências, mas eu acho que a gente tem que procurar se manter longe do radicalismo em que a política se transformou hoje. Isso não está somando benefício para ninguém.

Ainda nesse campo político, observo que teria sido o ex-deputado e ex-senador Fausto Longo seu “padrinho” na sua filiação ao PSI. Longo é duramente criticado pela sua ausência no Parlamento. Ele ensaiou, inclusive, concomitantemente, uma candidatura também no Brasil e por isso foi acremente criticado naquele programa televisivo italiano “Le Iene”. Como é que o senhor vê esse comportamento no bojo de uma análise da atividade de nossos representantes no Parlamento italiano desde 2006, quando tiveram início essas eleições por correspondência no exterior?
Eu acho que tem alguns problemas. Claro que o Parlamento, tanto na Itália, para quem não é italiano e para quem não tem família na Itália, que não é o meu caso, muitas vezes você ficar presente o tempo todo lá é mais complexo. Para mim, eu não tenho nenhuma dificuldade com isso. Eu posso morar lá, como já morei. Aliás, o que me daria enorme prazer. Então não tenho esse problema. Eu sempre vou pelo exemplo do que eu fui na vida política aqui, extremamente presente, extremamente ético em tudo. Acho que as representações estrangeiras no Parlamento pecaram muito, principalmente as argentinas, infelizmente. Esse escândalo que aconteceu com um senador ou pretenso senador argentino que acabou tendo sua sua eleição cassada por ter fraudado votos ou por ter imprimido votos lá, pega muito mal. Eu acho que isso desmoraliza as candidaturas no exterior. Eu resolvi participar junto com o Fábio Portas dessa eleição, a pedido do Fausto Longo, inclusive justamente por sermos dois nomes que têm larga experiência na área pública e seriedade. Nunca tivemos de envolvidos em nenhum problema desse tipo. Acho que isso é uma coisa importante de se levar em conta para dar exemplo e mostrar para os italianos que nós temos uma representação, isto é, que os italianos no exterior podem ser representados à altura do que eles esperam. E eu vou te dizer: o Fausto Longo tem uma reputação seríssima aqui no Brasil. É um homem de grandes qualidades, aliás, políticas e pessoais. Tanto na Fiesp como na vida partidária dele. Então, às vezes, como eu disse, não poder estar presente quem sabe por alguns problemas, inclusive muitas vezes problemas de saúde que não permitiram que ele fizesse tudo aquilo que ele gostaria, coisa que ele compensou neste segundo mandato, estando lá e com projetos interessantes e com um papel muito interessante nas costuras que valessem a pena para o País. Como eu disse, o PSI e PD fizeram uma coligação que aproxima muito o centro, permanentemente, do diálogo e da democracia. Por isso estou neste campo no momento.

Sua candidatura não surge do associativismo que tem sido um pouco tradicional desde que se iniciou, com a eleição direta por correspondência no exterior e nem também dos órgãos políticos da comunidade italiana, como Comites e CGIE. Não temos, portanto, informações sobre sua as suas posições, sobre as questões mais debatidas nesse meio como a dos serviços consulares, das filas da cidadania, etc….
Mas é por isso que nós temos a campanha. E eu quero ter oportunidade de dizer e falar sobre exatamente sobre estes pontos. Se eu puder, neste momento…

A pergunta é exatamente nesse sentido, embaixador, para que o público leitor e eleitor possa ter a ideia de suas posições a respeito.
São muito claras, até porque, como cidadão italiano, sou usuário do consulado e muita gente me procura permanentemente com relação a essa questão de cidadania. Mas lembra, eu fui Embaixador do Brasil na Itália. Você tem um problema que não adianta ficar criticando os consulados da América do Sul. Nós precisamos fazer ajustes na legislação e conversar com a Farnesina. E este eu acho que é um pecado que acontece muito. Não dos atuais mandatários, mas acontece muito. É que o país de origem às vezes não tem ideia do volume de gente que tem em São Paulo, hoje, em busca da cidadania. Não dá para você ter ideia. Então, você fala em 3 milhões de pessoas… mas você não consegue visualizar isso chegando num consulado em Buenos Aires, aqui, ou em qualquer lugar.
Eu me lembro porque eu tinha problemas na embaixada, muitas vezes, ou no consulado, e eu não conseguia mudar. Mas não conseguia mudar, não porque eu não quisesse, porque a legislação não me permitia. Então esse é o papel do deputado, do senador. É procurar, não só ajustar a legislação para permitir que os consulados tenham uma autonomia maior para algumas coisas, desde terceirização de alguns serviços, contratação de pessoas etc., especificamente para para isso.
A grande demanda, mais do que qualquer coisa, é a questão da cidadania. Depois vêm os passaportes. E depois tem que lembrar que todos aqueles que são cidadãos e têm passaporte, também são um cliente a mais agora dos consulados, com assuntos relativos à sua cidadania, que ele vai querer saber, e a renovação de passaporte, fazer passaporte para filhos, etc. Então, essa mudança, ou seja, o advento da legislação do “jus sanguinis” – de dar a cidadania, formalmente, e que foi maravilhosa no trabalho de muita gente… Me lembro de meus tios avós, trabalhando nesse sentido muitos anos – isso gerou uma carga de trabalho a todos os consulados e embaixadas, sem a respectiva mudança na legislação e na estrutura desses consulados.
Então, me lembro, isso acontecia muito na embaixada. Por mais que o embaixador ou o cônsul queira fazer, ele não consegue, porque está amarrado em função da legislação. Então tem que trabalhar é na legislação, no Parlamento, mostrando isso, na Comissão de Relações Exteriores, ao ministro da Farnesina, enfim, há uma série de coisas que é preciso dar condições para esses consulados, aos cônsules, para eles fazerem os trabalhos deles.
Você deve ter mais ou menos a minha idade, deve ser usuário dos serviços consulares. Você lembra que antes dessa coisa da cidadania, todo mundo ia nos consulados, tinha eventos, etc. Hoje são permanentemente lotados, ou seja, está quase full-time em cima desse trabalho o que, obviamente, demonstra que é preciso uma estrutura específica para isso. Nós temos quantos? 50 milhões de italianos fora da Itália? Todos vão demandar alguma coisa agora, na medida em que vão se tornando cidadãos italianos oficialmente.
Então, a minha posição muito clara, tem que trabalhar para melhorar, mas não adianta criticar os cônsules só.

É exatamente nesse sentido que faço a seguinte pergunta: O senhor descende de um dos mais ilustres imigrantes italianos aqui no Brasil. O que o senhor diz sobre esse histórico obstrucionismo consular? Porque, ao que parece, não se trata somente de falta de estrutura. Agora, com essa tese da advocacia do Estado italiano e a respeito do “ius sanguinis”, ficou mais ou menos claro que existe uma faixa do governo, da estrutura governamental italiana, que acha que somos demais, e isso acabou por desaguar na Justiça. Estamos aí aguardando a célebre decisão do julgamento do século, sobre essa questão da grande naturalização brasileira. Como é que senhor vê essa questão, isto é, essa dicotomia: De um lado, como diz o próprio Fabio Porta que lhe faz dupla na sua candidatura, diz que nós somos o petróleo que a Itália não tem; Mas do outro, o governo tem essa tese que procura diminuir esse número…
Interessante, isso que você está falando. É uma discussão muito interessante. Eu me lembro, quando eu era Embaixador, os italianos não tinham a mais vaga ideia do que era o Brasil. E os brasileiros, eu sei, não têm ideia do que é a Itália. Conhecem tudo muito superficialmente em cima dos seus chavões. Conversando uma vez com o ministro Mirko Tremaglia, que era Ministro dos Italianos no Exterior, organizamos um seminário (Imprenditori italiani all’Estero). Ele se interessou muito porque eu comecei a mostrar para ele: Mininistro, o senhor sabia que o maior produtor de laranja e de suco de laranja do mundo se chama, na época, José Cutrale, filho de um imigrante siciliano que chegou no Brasil? O senhor sabia que o maior produtor de soja do mundo são os irmãos Maggi, Blairo Maggi, que são netos de um imigrante italiano que chegou lá como camponês, ou que o maior produtor de açúcar e álcool do mundo chama-se Rubens Ometto, também neto do velho Ometto, que nasceu na Itália e foi para o Brasil substituir praticamente mão de obra escrava? Então, essa Itália poderosíssima fora da Itália é, eu diria, quase uma reprodução do Império Romano. O que cabe a nós? É justamente isso, mostrar à Itália que nós somos valorosos, com uma representação no Parlamento que some para eles, que eles percebam que há um valor intrínseco nisso. Com gente que tem conhecimento e espírito público, que está só interessado na questão pública, de mostrar e de valorizar a comunidade italiana para dentro da Itália, agregar valor à Itália pela comunidade italiana que ela tem, isso de um lado; do outro lado, os italianos do Brasil, da Argentina, do Uruguai, Venezuela, Colômbia, Bolívia têm que mostrar o seu peso e a sua importância. Votando. Porque quando o governo italiano vê que esses italianos que se dizem italianos, eles abrem mão de sua cidadania e só 30% deles votam quando chamados às urnas para votar assuntos que são de interesse da Itália?
Não, esse é o lado da nossa responsabilidade. Nós, cidadãos italianos, não podemos descartar a nossa cidadania, perder a cidadania, abrir mão da cidadania. Nós temos que votar, nós temos que exercer a cidadania para mostrar, provar, para o governo italiano que nós somos algo que soma muito para eles; que inclusive em todas as questões relevantes podemos dar opinião também, além de, obviamente, essa integração econômica que pode ser muito maior. E nós podemos abrir muito mais oportunidades para esses italianos que estão longe, terem mais acesso às oportunidades que hoje estão na Itália e na Europa e vice versa.

Senhor repete, inclusive em termos de umas ideias, que o senhor recentemente falou para a agência italiana Ansa. É quase lugar comum ouvir-se dizer que os italianos da Itália não conhecem a outra Itália que está aqui fora. À agência Ansa, o senhor disse recentemente que o Parlamento tem um papel fundamental nessa questão. Como é que o senhor pretende operar nessa área, se eleito for?
Da forma como fiz quando embaixador, aproveitando todos os contatos que eu tenho, aproveitando todas as aberturas que a política me dá e que o cargo de senador oferece para mostrar para os italianos, levando empresários brasileiros, levando livros brasileiros, filmes brasileiros, documentários brasileiros e vice versa. É muito importante mostrar a real Itália também para os brasileiros, porque tem uma sinergia muito grande. A Itália é um país muito mais maduro, no sentido de idade, a idade média é muito mais alta que o Brasil. O Brasil é um país ainda jovem, a caminho da maturidade. A Itália precisa de mão de obra dos jovens criativos. E nós temos aqui isso de sobra. Nós precisamos é fazer essa ligação, também com a legislação, para facilitar os trâmites etc. Tanto da informação de um lado para o outro, como do acesso a essas oportunidades pelos jovens brasileiros e até pelas pessoas mais velhas italianas. Até porque a gente sabe que a Itália – aliás, coisa que eu diria – copiaria muito do que tem de legislação italiana para pessoas mais velhas, para a chamada terceira idade aqui, levaria ao Parlamento brasileiro para que eles copiassem, porque nós vamos precisar dessa legislação. O Brasil é um país que também está envelhecendo, então vamos aproveitar a experiência da Itália, que já passou por esse amadurecimento, já fez sua legislação, e trazê la para cá.
Então, eu acho que o papel é este, é você usar os seus contatos. Eu, como eu disse, tenho família presente lá a vida inteira e eu quando estou em Roma, para mim, é como se eu tivesse aqui. Não muda muito. Claro que só muda o cenário, porque aquela beleza de Roma é incomparável; por outro lado, e eu sempre falo, essa agitação e a paixão que eu tenho por São Paulo, também é quase insubstituível. Mas eu digo: você, usando seus contatos, usando as pessoas, transitando, falando, falando, falando – aliás, falar, “parlare” no parlamento, que é uma coisa que está lá para isso -, e fazer ecoar tudo isso que a gente sabe, transmitir. Nós temos que fazer – e isso, me entusiasma – é entusiasmar esses descendentes de italianos com relação à Itália, porque aquele é um país maravilhoso, cheio de oportunidade, é porta de entrada da Europa e, ao mesmo tempo, mostrar para os italianos como é entusiasmante você vir para cá e poder aproveitar esse contingente imenso de gente preparada, com experiências diferentes, sofridas, que vieram para cá e construíram uma vida em cima de muito trabalho duro. Cá entre nós, você conhece alguém que veio para o Brasil naquela época em busca de qualidade de vida? Não. Todo mundo veio pra cá em busca de construir a vida, porque tiveram que fugir do sofrimento e sofreram muito aqui. Então é gente forjada no trabalho e na dureza. Isso vale a pena os italianos conhecerem mais de perto para se orgulhar, e muito, desse contingente que eles têm.

O sr. fala em amor à Itália…
Eu digo isso – deixa concluir – até porque eu vejo como é similar… Eu tenho muitos primos na Argentina, a família Matarazzo lá é grande e sempre estiveram também ligados à indústria. Eu vejo como é similar também os que foram para lá, como trabalharam, batalharam e construíram, junto com os daqui, mas continuaram sempre com esse espírito muito italiano. A minha madrinha é Maria Matarazzo, filha do Costabile Matarazzo, de Buenos Aires. Ela casou com Costabile Matarazzo. irmão do meu avô, primo dela. Então, eu tinha muito esse eixo Buenos Aires-São Paulo, eles tinham fazenda na Argentina. Então convivi muito com meus primos e eu vejo como são parecidos todos nessa coisa da italianidade, de se sentirem italianos. Meus primos peruanos também, filhos, netos e bisnetos, agora. Minha tia Maria Angélica, que foi para o Perú, onde se casou com um peruano e vivem lá. Também têm essa italianidade no sangue. Nós precisamos mostrar isso para os italianos. Eles realmente têm um tesouro lá, e os italianos que estão por aqui têm um tesouro na Itália que eles têm que conhecer mais de perto.

O senhor deve ter isso bem presente, que esse amor à Itália que a comunidade ítalo-brasileira – a maior comunidade italiana no mundo – tem pela Itália é quase de graça. No entanto o pessoal vai à procura da Itália e chega a ser criminalizado, como fomos na busca das raízes, do reconhecimento da cidadania. Criou-se essa questão, inclusive com o próprio Ministério do Interior pedindo para as prefeituras sobrestar os pedidos de reconhecimento da cidadania. O senhor falou para a Ansa que a América do Sul poderia levar vantagens para a Itália. Talvez aí esteja o começo de uma um novo tipo de relacionamento. Mas diante dessa dicotomia, a criminalização de um lado, e essa a vontade de eventualmente mostrar para a Itália no que é que a América do Sul poderia ajudar a Itália, num país que demograficamente é decrescente, como é que isso poderia ser operacionalizado? Como é que poderíamos desatar esse nó?
Acho que o nó…. Acho que essa questão da cidadania, a questão legal da cidadania, é um assunto muito delicado. Quando você pede a cidadania brasileira aqui, também é assim. Então, de repente, começa uma série de despachantes lá na Itália a querer dar uma volta para facilitar as coisas, isso é muito ruim porque, obviamente, a cada vez que você reconhece um cidadão, ele passa a ter deveres, mas também passa a ter uma série de direitos. Então eles têm que ser rígidos nisso. Como é que a gente pode fazer isso? Dando o exemplo, é o que eu falo, a começar pelo Parlamento. Você ter representações muito qualificadas lá, que orgulhem os italianos; que eles vejam e digam: deixa eu conhecer esse país onde esses caras foram formados, onde eles cresceram, onde eles nasceram, a América do Sul! Poxa, hoje só se fala da Argentina, dos problemas que ela tem. Mas, e todo o passado e toda a história, a qualidade da terra, dos italianos que estão lá? Eles são heróicos também. Temos que falar permanentemente, falar, ou seja, fazer sempre o contraponto às notícias ruins que acontecem. Isso quando você é embaixador, foi meu caso, era um pouco a mesma coisa. Tinha problemas no Brasil. Você tinha que permanentemente mostrar os fatos positivos. E acho que, por outro lado, nós temos que dar o exemplo – brasileiros, ítalo-brasileiros e italo-uruguaios, ítalo-argentinos, todos, votando. Nós temos que votar, mostrar interesse nisso, porque senão o que fica parecendo? Que você só está atrás daquilo que o Estado pode te oferecer, mas você não quer contribuir com nada, nem com o seu voto. Poxa, não pode. É uma via de duas mãos. Você tem deveres e obrigações para você receber os seus direitos. Então é uma via de direitos e obrigações. Eu acho que nós temos que cumprir a nossa parte, que é votar, dar batalha pela Itália. E aí, sim, a gente consegue cobrar. Então, ponham o seu representante lá, e aí cobrem os seus direitos dele. É assim que a gente consegue aproximar mais a sociedade.

Eu insisto ainda numa questão antes de irmos para para a sua campanha. Insisto na questão da cidadania. O senhor falou que não é só buscar direitos, mas deveres também…
Só o passaporte, não. Não é isso….

Mas, pela lei italiana, confirmada pela jurisprudência – e esperamos que ela seja mantida pela Suprema Corte – os 30, 35 milhões de ítalo-brasileiros são italianos, pois você nasce italiano …
“Jus sanguinis”. É por isso lutarei até o fim, obviamente.

Exato. É sobre isso que eu queria lhe perguntar…
Minha posição, é claríssima!

No Parlamento, essas propostas de mudança, de alteração, de colocar exigências…
Eu vou te dizer: eu sou tão contrário a isso que, quando eu fui designado embaixador pelo presidente Fernando Henrique, na sabatina do Senado, um dos senadores queria que eu abrisse mão da cidadania italiana. E eu falei que absolutamente não. Eu preferia não ser embaixador, porque eu nasci italiano, independente de aonde eu nasci. Portanto, a minha posição já ficou clara muitíssimo bem lá. É de defesa absoluta que eu falo. Os interesses da Itália estão acima inclusive dos nossos interesses. É assim que a gente deve agir.

Embaixador, e sem limites geracionais, é isso? O senhor pensa assim?
Sem limite, geracional, mas dentro da regra estabelecida. Não pode ficar dando jeitinho, casuísmo.

Quais são os grandes nós no relacionamento Brasil-Itália? O senhor, que foi embaixador, deve ter uma visão bem mais privilegiada sobre essa questão…
É um relacionamento comercialmente pequeno. E eu acho que por falta dessa interlocução, por falta de conhecimento e, obviamente, você tem também a questão da distância. Mas eu acho que tem muitas coisas interessantes que, se você simplificar um pouco, mas principalmente informar, você consegue aproximar. Por exemplo, aproximar as pequenas e médias indústrias brasileiras das pequenas e médias industrias italianas. Tem uma similaridade muito, muito grande, que eu acho que isso você pode, ajustando legislação, copiando legislações daqui, por exemplo, do MEI, que é uma legislação interessante que é do micro empreendedor individual, da parte de tributação. Ao mesmo tempo, você tem hoje oportunidades muito grandes, por exemplo, no agronegócio, pois o agronegócio brasileiro é um modelo; por outro lado, a agricultura orgânica também. Você tem muitos, muitos exemplos que você pode trazer e levar. O que eu vejo é que a questão da informação é um dos grandes gargalos. E, obviamente, você fazer também legislações mais bilaterais, para facilitar o conhecimento e a integração entre as pessoas e entre as entidades, principalmente, que são muito poderosas. Mas essa coisa da micro e pequena empresa, eu acho que tem legislações que podem ser compatibilizadas; acho importantíssimo nessa área de criação, o Brasil tem um potencial enorme de criação, de gente jovem criativa, nessa área de tecnologia, onde você tem empresas gigantescas na Itália que você pode também abrir portas para os projetos dos brasileiros lá, para criatividade deles lá. Eu acho que isso você tem. Você lembra que quando o Brasil precisava de mão de obra e não tinha, no começo do século XX, fizeram-se empresas de recrutamento de italianos lá. Eu acho que nós podemos fazer um pouco isso, fazer um centro de esclarecimento do Brasil para eles, para os italianos, mostrar os potenciais que nós temos, para que eles possam vir buscar aqui, saberem , abrir as suas portas e informar e ao mesmo tempo dar esse canal de comunicação para os jovens daqui mostrarem o trabalho que eles fazem, o potencial que eles têm. Há muita coisa para fazer, porque é o que eu digo: É quase como você integrar um Estado ao outro. No fundo, é isso que você tem que fazer.
Na área cultural, nem se nem se fala; 70% do patrimônio cultural do mundo está na Itália. Isso nós sabemos, mas nós temos que dar acesso. Nós podemos trazer exposições para cá deslumbrantes, maravilhosas. Hoje, com a tecnologia, você pode trazer essas exposições de imersão. Imagina você fazer uma imersão no Palazzo Colonna e fazer aqui num lugar interessante, mostrar o que era um palácio de 1300 que está lá até hoje; do palácio Ruspoli com aqueles jardins. Então você pode fazer isso com tecnologia; você quase consegue transportar os museus e acervos para cá. Mas tem uma outro aspecto: você imagine levar para lá para e esclarecer direito o que é a cultura brasileira; o que nós temos de cultura brasileira? A gente sabe que no Armour, em Roma, até hoje falam no Chico Buarque, Toquinho, eles adoram. Em qualquer loja pela Itália inteira tem Bebel Gilberto cantando.
Mas o que eu quero dizer é você levar para lá também isso, mas levar para a Itália o mais importante… Eu me lembro de algo que chamou muito a atenção; eu fui num programa da Paola Saluzzi, em Roma, falar da questão dos nossos pracinhas. Mas ao mesmo tempo me perguntavam: e esse negócio dos índios? Então comecei a mostrar para eles que não é como eles acham… então mostrei para eles o que é o Brasil. Você vai pra São Sebastião, tinha os índios guaranis; você sobe para cima de São Sebastião, 70 quilômetros, vai para São José dos Campos, todos os jatos que a Alitalia usava na época, 2002, 2003, eram construídos em São José dos Campos, pelo Brasil, pela Embraer. Por esse Brasil que eles não conhecem. Mas você pode fazer isso através de exposições, através de seminários. A própria selva amazônica… você não consegue levar ela para lá, mas você consegue também através de tecnologia. Porque não fazer uma grande imersão, como foi feita a de Van Gog aqui, com imagens, sons, cheiros e temperatura da selva amazônica em algum lugar? O intercâmbio cultural não tem limites. Você pode criar cursos da Bocconi por EAD aqui no Brasil; pode levar cursos abertos das faculdades de medicina do Brasil; do Einstein e outros, você pode mostrar lá, ou fazer lá. Então hoje não tem muito limite, porque a tecnologia te permitiu esse acesso absolutamente infinito às coisas. Levar a nossa música para lá, é uma coisa facilmente transportável. Lembro quantos concertos fiz do Marcelo Bratke na própria embaixadora, na Academia Santa Cecília. Levei uma exposição de uma coisa que os italianos não conheciam… Por exemplo, o Gian Carlo Gasperini, o grande arquiteto Gian Carlo Gasperini, um dos maiores arquitetos do Brasil, que é italiano. Italiano, aliás, que falava um português horrível. mais italiano que que brasileiro, nascido na Eritreia, se não me engano… fiz uma exposição e foram 25.000 pessoas na exposição dele, que tem projetos deslumbrantes na Argentina, no Brasil e na América do Sul toda e em Tóquio, também, numa das estações de Tóquio, se não me engano.
E depois, mostrar a Itália que tem no Brasil. Você vê, por exemplo, ontem alguém dizia: precisa ir lá no Gigio, falar com o dono italiano; eu falei, não, o dono da cantina Gigio, que é a mais antiga do Brasil, é português. Aliás, preste atenção, você vai na cantina e ouve uma ópera de italianos e o cantor, o tenor é japonês. Isso mostra muito São Paulo. Mas você vai para o Teatro Municipal, o arquiteto é italiano; você anda no Anhangabaú, tem uma escultura de Giuseppe Verdi; o Edifício Matarazzo é de Marcelo Piacentini. O edifício simbólico da IBM na 23 de Maio, ou a Galeria Metrópole, são de Giancarlo Gasperini, italiano. E assim você tem tudo. Um dos grandes decoradores que fez época no Brasil foi o de Germanno Mariutti, italianíssimo. E então tudo isso, essa coisa cultural, ela já é simbiótica. É só a gente turbinar isso, e eu acho que dá para fazer. É isso que me entusiasma cada vez que eu converso. Por exemplo, essa conversa conosco aqui, dá um prazer enorme, porque você vai criando coisas.
O design, por exemplo… os italianos, eu tenho certeza, eles não têm ideia das instalações que o IED (Istituto Europeo di Design) tem aqui em São Paulo, no Higienópolis – o máximo que é aquela escola. Então o Instituto Europeu de Design já está aqui. Então nós temos muito disso para fazer.
Turismo, eu acho que é coisa que nós temos que estimular. Mas aí, sim, mostrar o real Brasil para os italianos, porque isso eles não não conhecem. E eu me lembro, me chocava muito quando eu era embaixador, tinha um ou dois voos diretos por semana para São Paulo, e para Natal tinha quase que voo diário de turismo sexual. Tenha paciência, isso é uma vergonha! É um absurdo. Então para trazer o italiano para o turismo no Brasil ele tem que sentir que ele vai para Trancoso e fica num hotel igualzinho a qualquer praia de Miami ou do Caribe, de alta qualidade. Ele não sabe isso. Se ele vem pra Salvador, o aeroporto é um aeroporto internacional espetacular e vai chegar no hotel que ele quiser também em Salvador. Infraestrutura. Nós temos que mostrar a nossa infraestrutura que o europeu, o americano não conhece bem. Eu tinha sócios italianos e tinha sócios americanos. Eu me lembro, era sempre difícil trazer para cá executivos porque tinham medo, mas medo pelo desconhecido. Claro que hoje também tem que ter medo. Não vamos ser ufanistas. Você tem muitos problemas a serem resolvidos aqui, mas é um país desenvolvido, com uma infraestrutura perfeita para você se instalar e para fazer, trabalhar, fazer suas coisas.

Gastronomia, ciência… Fabio Porta fala sempre numa revolução cultural. O senhor também, embaixador, esposa a tese?
Eu acho que na cultura, na ciência… Será que os italianos sabem, por exemplo, que Silvano Raia, que fez o primeiro transplante de fígado, um dos primeiros do mundo, aqui, é italiano? Não devem saber. Então, tem muita coisa também. Voltando para a cultura: a língua… seria muito importante nós a difundirmos no Brasil, porque, como o italiano só se fala na Itália, poucos aprendem o italiano. Aqui os consulados fazem esse trabalho, mas nós podemos ampliar mais, treinando mais professores, numa cooperação com o próprio governo brasileiro. Desde que você aí abre oportunidade para os professores, lá; os alunos passam a ter entrada, lá, direta. É infinito. Nós podemos ficar falando aqui 15 horas seguidas que eu vou ter ideia e assunto para a gente tratar, porque trata-se, no fundo, de você fazer a ponte legal – e por isso, o Parlamento – a ponte legal entre os dois países. Fazer a compatibilização da legislação.
E aqui tem experiência para isso, porque já fizemos parte do Mercosul, fizemos essa parte; e a Itália tem muita experiência porque fez essa parte de compatibilização de legislação na União Europeia. Então é uma coisa que tem que dar os passos, tem que ter entusiasmo. A vida pública é isso: entusiasmo, estar sempre procurando, caminhando, se esforçando e se empenhando.

Nós poderíamos nos alongar muito nessa…
Adoraria, Peron, conversa com você é sempre muito boa.

Mas deixo a palavra livre para o senhor, olho no olho, falar com o seu eleitor, enfim, falar de sua campanha.
Olha, minha campanha na rua é isso. Eu me apresentei com esse objetivo por ser italiano, por ter uma experiência larga na área pública, por ter sido embaixador e ter visto de quanta coisa nós podemos fazer para os italianos que estão na América do Sul. Essa coligação com o Fábio Porta tem um objetivo grande. Você tem que procurar unificar os italianos para transmitir essa sensação de unidade, inclusive da América Sul; de buscar os meus primos argentinos, os concidadãos italianos argentinos, uruguaios, venezuelanos e para mostrar à Itália que nós podemos ter um Parlamento, uma representação sólida, uma representação com o espírito público e com qualificação para poder lutar e mostrar o peso e a importância que os sulamericanos têm para a Itália e, ao mesmo tempo, abrir as portas da Itália para este enorme contingente de italianos que moram fora da Itália, moram aqui no meu continente, na América do Sul. Isso é um aspecto importante. E pedir para os nossos concidadãos todos: vamos cumprir a nossa obrigação. Não abra mão da cidadania, não desperdice a cidadania, vote. Vote para você poder exigir os seus direitos e para nós mostrarmos à Itália o quanto nós somos. É importantíssimo isso. Quantos italianos nós somos. Aqui no Brasil, nós temos muita gente e já com cidadania, mas apenas cento e poucos mil votaram na última eleição. São 300.000 que podem votar, mas só cento e poucos mil votaram. Não! vamos votar. Argentinos, brasileiros… Brasileiros, vamos mostrar o tamanho do contingente italiano aqui… os uruguaios. Então, não perca a sua cidadania, não; exerça a cidadania. É para isso que ela existe. E vamos conhecer esse maravilhoso continente e país que é a Itália, com todos os seus braços nos continentes, inclusive nesses que nós estamos. Um pouco é isso: E levar uma representação unificada e de alto nível que pense no continente de forma séria, com o objetivo de assegurar direitos e deveres para os italianos e para a Itália.
O mecanismo é complexo. A gente sabe bem disso, até porque o voto vem pelo correio, o nosso correio é complicado. Eu mesmo agora estou precisando mandar umas coisas para a Itália por DHL e não consigo porque tem greve aqui no Brasil, na Receita, se não me engano, então não se sabe se sai ou se não sai. Mas você vai receber a cédula para votar para deputado e a cédula para votar para senador. então para senador, você escreve lá: Andrea Matarazzo ou Matarazzo; e assinala PD. Na cédula de deputado, você escreve Fabio Porta e assinala também PD; fecha o envelope e coloca no correio. Isso tem que acontecer entre 8 de setembro, provavelmente, até dia 16 de setembro. Então tem aí oito, nove dias para votar, que é tempo suficiente para a gente pegar o voto, preencher, colocar no correio.
Meu apelo é este: Vote. Não abra mão da cidadania, não; exerça a cidadania. Vote Andrea Matarazzo para o Senado; vota Fabio Porta para Câmara dos Deputados. Você vai ser muito bem representado. Veja a minha história. Você vai poder entrar na minha página do Instagram, minha página do Facebook, como Andrea Matarazzo e você vai ver lá a minha história. Uma história que começa com o meu bisavô e vem até os dias de hoje, de uma família que sempre trabalhou muito, lutou muito e, no meu caso, fui para a área pública 25 anos atrás. Me orgulho muito. Fui ministro de Estado, fui secretário de Estado, fui secretário de Cultura de São Paulo, fui secretário de Subprefeituras e, com muito orgulho, fui vereador de São Paulo, mas principalmente fui embaixador do nosso país em Roma por um tempo maravilhoso, no governo Fernando Henrique Cardoso, onde eu tive o privilégio de morar na Piazza Navona e conviver com os nossos concidadãos locais em Roma, ao vivo e a cores.

Sobre Matarazzo: A assessoria de Andrea Matarazzo resume assim a vida do candidato: “De embaixador do Brasil em Roma a ministro e empresário, Andrea Matarazzo tem vasta experiência nas áreas pública e privada. No período em que chefiou a Embaixada do Brasil, promoveu intercâmbios empresariais, incentivando o comércio entre os dois países e fortalecendo a inovação e competência técnica das instituições. Além disso, levou o então presidente brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, duas vezes à Itália, onde assinou acordos e tratados.
Presidente da Matarazzo Holding e diretor da Fiesp, Matarazzo tem mais de 30 anos de vida pública e atuou nos governos Federal, Estadual e Municipal. Por tantos serviços prestados, recebeu o grau de Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal e foi agraciado com a Ordem do Mérito Militar no grau de Comendador Especial.
Ministro da Comunicação no governo Fernando Henrique, no estado de São Paulo, foi secretário de Estado de Energia, secretário de Cultura e presidente da Companhia Energética de São Paulo (Cesp). No município, subprefeito da Sé; secretário Municipal de Serviços e secretário das Subprefeituras. Eleito vereador, assumiu a liderança da bancada do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo, onde, com sua habilidade em lidar com o poder legislativo garantiu a aprovação de 20 importantes leis que mudaram a vida dos paulistanos e geraram oportunidades de renda e emprego.
Na Prefeitura de São Paulo, ficou conhecido pela ação persistente de zeladoria, fiscalização, preservação e democratização do espaço público. Combateu a poluição visual com o projeto Cidade Limpa, ajudou a combater o tráfico de drogas e a ilegalidade na região central. Realizou a Virada Cultural e fez as Fábricas de Cultura nas regiões mais vulneráveis entre outras realizações.
Cargos e datas:
• Atuais
• presidente da Matarazzo Holding
• membro do Conselho da Fundação Bienal de São Paulo
• diretor da Fiesp
• coordenador do MBA da Faculdade de Comércio de São Paulo
• professor da Faculdade de Comércio de São Paulo
• Vereador por São Paulo (2013-2016)
• Secretário de Estado da Cultura (2010- 2012)
• Secretário Municipal de Coordenação das Subprefeituras de São Paulo (2007-2009)
• Secretário municipal de Serviços (2005 a 2006)
• Subprefeito da Sé (2005/2007)
• Embaixador do Brasil na Itália (2001/2002)
• Ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação de Governo da Presidência da República (1999/2001).
• Secretário de Energia do Governo do Estado de São Paulo (1998),
• Presidente da Companhia Energética de São Paulo – CESP (1995/1998)
• Secretário de Política Industrial do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo (1992/1993)
• Assessor Especial do Ministério da Educação e Cultura (1991/1992)”