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Outros dois membros da comitiva italiana viajaram a Cametá, para conhecer o cacau de várzea. O diretor administrativo Mauro Falcioni e o expert em chocolate e cultivo de cacau Silvio Bessone viajaram com técnicos do governo do Estado. Em Cametá, o grupo seguiu numa voadora até a comunidade de Tamanduá, ilha onde trinta famílias cultivam cacau de várzea. Ainda no atracadouro da comunidade, o grupo conheceu a produção local. O especialista Silvio Bessone provou as amêndoas, comparou os tamanhos, abriu com um canivete e sentiu o odor, o sabor e o teor de acidez. Afirmou que era um bom cacau. O diferencial do cacau de várzea é que ele nasce de forma espontânea na ilha, e floresce num terreno alagado sazonalmente, durante as cheias, pelas águas do rio Tocantins. A empresa italiana Carapelli quer investir num chocolate diferenciado, um nicho de mercado de luxo, e que tenha como principal foco de marketing o cacau amazônico. O fato de Silvio Bessone ter aprovado o cacau de Cametá pode ser decisivo para a implantação da fábrica no Pará. Há, em Cametá, cerca de quatrocentas famílias produzindo cacau de várzea. Alguns produtores colhem até 15 toneladas/ano. Somando a produção de outros municípios, produz-se anualmente cerca de 1.500 toneladas anuais de cacau de várzea. Quase toda a produção é vendida para empresas da Bahia, onde o quilo da amêndoa hoje vale R$ 5,50. Os empresários italianos já tinham visitado o município de Medicilândia, que concentra cerca de 65% de todo o cacau paraense. O grupo visitou ainda Tomé-Açu, onde Bessone também elogiou a qualidade do cacau. Para Helmut Heiss, que incentiva o cacau orgânico e reúne 150 produtores em 15 cooperativas, o que falta ao cacau paraense é uma cadeia: |