Com um apelo ao voto, a advogada Luciana Laspro, ‘capolista’ da chapa ‘Italianità in movimento’ da circunscrição consular de São Paulo, encerrou sua vídeo-entrevista sobre as pretenções do grupo que disputa as atuais eleições para a renovação dos Comites – ‘Comitati degli Italiani all’Estero’. “Precisamos mostrar que a italianidade está aí, que a gente se interessa e então a Itália vai saber que somos numerosos, que precisamos de mais funcionários nos consulados, mais investimentos no Brasil, de maior consideração pelas nossas comunidades por parte da Itália”, disse ela, alertando que o prazo para a inscrição dos eleitores se encerra em 3 de novembro próximo.

Somente os que se inscreverem tempestivamente junto aos consulados é que poderão exercer, por correspondência, o direito de voto. O processo eleitoral se encerra no próximo dia 3 de dezembro.

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Embora agradeça o atual cônsul geral de SP, Filippo La Rosa, pela dinâmica imprimida no desenvolvimento dos serviços consulares, Luciana entende que sempre existem possibilidades de melhora e que nos demais consulados nem tudo funciona bem. Por isso, o grupo de chapas “Italianità in movimento” montado igualmente em outras cinco circunscrições consulares (Distrito Federal, Curitiba, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Recife) poderá formar uma rede apartidária nacional de apoio mútuo entre as comunidades dos diversos Comites.

Para Luciana Laspro, os Comites são “pontes entre os cidadãos italianos e os consulados e demais órgãos públicos; somos as vozes deles, a voz da população perante as instituições”. Ela se refere tanto aos cidadãos já reconhecidos formalmente como italianos quanto àqueles que, embora italianos de nascimento, pois descendentes de imigrantes italianos, ainda não lograram o reconhecimento de sua cidadania ‘iure sanguinis’.

A divulgação da língua e da cultura italiana estão entre as prioridades da chapa, assim como também a melhoria constante dos serviços consulares, aí incluindo as duas filas – a do passaporte e a da cidadania, ambas complicadas nos últimos tempos pela pandemia da Covid-19.

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A circunscrição consular de São Paulo, que abrange também os Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre e Rondônia, segundo Luciana está entre as quatro maiores do mundo, com cerca de 200 mil eleitores; mas últimas eleições, votaram apenas cerca de 30 mil.

Lembrando a adesão de seu grupo às manifestações realizadas diante do consulado de São Paulo em outubro de 2017, Luciana entende que os novos Comites que forem formados em consequência dessas eleições devem se manifestar publicamente acerca de problemas como as filas e o obstrucionismo consular, incluindo aí a ressuscitada tese da Grande Naturalização brasileira. Ela diz, entretanto, que os consulados brasileiros não aderiram às orientações ministeriais que sugeriram sobrestar reconhecimentos da cidadania italiana ‘iure sanguinis’ em andamento até um pronunciamento definitivo da Justiça italiana.

Durante a entrevista, Luciana Laspro agradeceu publicamente seu pai, Antonio Laspro, analisou o funcionamento do CGIE – ‘Consiglio Generale degli Italiani al’Estero’ e criticou a representação “brasileira” no Parlamento italiano.